As eleições legislativas regionais da Madeira deste domingo deram uma vitória mais confortável ao PSD/Madeira do que as do ano passado. O PSD/M (43,3%) passa de 19 para 23 deputados e deve encontrar maioria para governar com o deputado único do CDS. O outro partido a melhorar a votação foi o Juntos pelo Povo (21%), que pela primeira vez será o maior partido da oposição, ao passar de 9 para 11 deputados.
Em sentido inverso, e apesar do aumento da participação eleitoral de 53,4% para 56%, os restantes partidos com assento na Assembleia Legislativa Regional perderam votos e, no caso do PS (15,6%), Chega (5,5%) e CDS (3%), também perderam mandatos, com os socialistas a passarem de 11 para 8, a extrema-direita de 4 para 3 e os centristas de 2 para 1. A Iniciativa Liberal perdeu votos mas manteve o deputado único, ao contrário do PAN, que sai do parlamento este domingo. À esquerda do PS, o Bloco (1,1%) e CDU (1,8%) continuam fora do parlamento madeirense
No Funchal, o cabeça de lista do Bloco reagiu ao resultado assumindo a responsabilidade por não ter atingido o objetivo de fazer a voz do Bloco regressar à Assembleia Legislativa Regional. “Isto é apenas um passo atrás. Mais um passo atrás de tantos passos atrás que a gente tem dado. Mas, por vezes, damos passos atrás e depois damos passos à frente”, continuou Roberto Almada.
O candidato agradeceu aos eleitores que depositaram confiança na lista do Bloco e prometeu que “nós não desistimos de nada e continuaremos aqui para levarmos às pessoas a nossa mensagem, a nossa mensagem de esperança, a nossa mensagem de que é possível lutar por uma Madeira melhor, por um País melhor, por um Mundo melhor”.
Em Lisboa, o dirigente bloquista Fabian Figueiredo afirmou que “não foi desta que o Bloco voltou ao Parlamento Regional da Madeira, mas isto não significa que os candidatos do Bloco não continuem ativamente a lutar pelo direito à habitação, contra a especulação imobiliária e contra a corrupção na região autónoma da Madeira, muito pelo contrário”. Fabian Figueiredo acrescentou que não se podem fazer leituras nacionais do resultado desta eleição e que o resultado do Bloco na Madeira vai traduzir-se na ausência de um “debate sério sobre como atender à crise da habitação na Região” ou “garantir o devido escrutínio ao poder executivo”.