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Ajudante de Bolsonaro tinha planos para golpe de Estado

O coronel Mauro Cid, ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, foi preso no caso dos falsos certificados de vacinação para a Covid-19 passados a várias pessoas, entre as quais o ex-presidente brasileiro. Foi no âmbito dessa investigação que a Polícia Federal brasileira descobriu documentos que o incriminam sobre a preparação de um golpe de Estado com o objetivo de impedir a tomada de posse do presidente eleito, Lula da Silva.
Órgãos de comunicação social brasileiros como a Globo e a Folha de São Paulo dão conta que foram descobertos documentos do telemóvel do braço direito de Bolsonaro como uma minuta de um decreto de Garantia da Lei e da Ordem, uma operação militar que permite ao presidente da República convocar as Forças Armadas em situações de perturbação da ordem pública, e vários “estudos” que teriam como função justificar um golpe de Estado.
De acordo com a Globo, o juiz do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral elaborou um despacho em que se diz explicitamente que Mauro Cid “reuniu documentos com o objetivo de obter suporte jurídico e legal para a execução de um golpe de estado”.
O conhecimento destes documentos segue-se a áudios que anteriormente tinham sido noticiados pela CNN nos quais Cid e o ex-major Ailton Barros conversam com o coronel Elcio Franco, à altura secretário executivo do Ministério da Saúde sobre formas de atrair o comandante do Exército para um golpe. Noutros, Cid e o sargento Luis Marcos dos Reis, igualmente preso por causa dos falsos certificados Covid, falam também sobre estratégias de convencer outras figuras do Exército a colaborar com GLO do golpe de Estado. Estas mensagens datam de dezembro, pouco antes dos atos golpistas de 8 de janeiro.
Para além disto, acresce a descoberta, ainda em janeiro, da chamada “minuta do golpe” em casa do ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, Anderson Torres, onde se referia a criação de um “estado de defesa” na sede do Tribunal Superior Eleitoral junto com a atribuição, inconstitucional, de poderes a Bolsonaro para interferir nas decisões deste órgão de forma a inverter os resultados das eleições.
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