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Ajuda enviada pela Alemanha beneficia hospital privado detido por chineses

A Deutsche Welle lembra que o Grupo Luz Saúde, controlado pelos chineses da Fosun, faturou cerca de 40 milhões de euros com a pandemia nos primeiros seis meses de 2020 e que os médicos alemães foram encaminhados para o hospital de cinco estrelas do grupo: o Hospital da Luz.
Foto de António Cotrim, Lusa.

"Quando a Alemanha enviou pessoal médico e equipamento para Portugal, o objetivo era ajudar um colega membro da UE com a crise COVID-19. Mas agora parece que a missão também tem ajudado uma empresa chinesa que administra um hospital de luxo em Lisboa”, escreve a Deutsche Welle.

Num vídeo de pouco mais de três minutos, o jornalista Jan-Philipp Scholz começa por afirmar que o envio dos soldados alemães “para a batalha contra a covid-19” em Lisboa “é um ato de solidariedade entre dois países da União Europeia”.

No entanto, acrescenta, “esta é uma pequena parte de uma história muito maior”, em que estão em causa os “investimentos chineses” espalhados por todo o mundo.

Ao invés de serem encaminhados para os hospitais sobre-lotados, com doentes em ambulâncias à espera pelo atendimento, “é aqui que estes soldados estão a combater a doença, um hospital privado de cinco estrelas, o Hospital da Luz”, aponta Jan-Philipp Scholz.

O jornalista assinala ainda que este hospital refere no seu site “com orgulho” que “continua a prestar todos os serviços, apesar da pandemia, desde tratamentos para o cancro a cirurgias cosméticas”. Acresce que, “no seu relatório anual mais recente”, o Hospital “afirma que vai continuar a focar-se na rentabilidade apesar da pandemia”.

Questionado pela Deutsche Welle sobre o acordo firmado com o Estado português, em que este se compromete a pagar pelos tratamentos do doentes no equipamento privado, o Hospital da Luz assegura que o seu principal objetivo é “ajudar o país”.

Durante a reportagem, Jan-Philipp Scholz passa a palavra ao seu homólogo português Rui Barros que, por sua vez, recorda que o Grupo Luz Saúde, controlado pelos chineses da Fosun, faturou cerca de 40 milhões de euros com a pandemia nos primeiros seis meses de 2020.

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