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Agricultores de Lafões pedem apoio do Governo para combater praga

Agricultores de Lafões reuniram-se com o deputado Carlos Matias para procurarem soluções que enfrentem a perda de 80% da produção de pequenos frutos daquela região, resultante da praga de Drosophila suzukii.
Agricultores de Lafões reuniram-se com o deputado Carlos Matias para procurarem soluções que enfrentem a perda de 80% da produção de pequenos frutos daquela região – Foto esquerda.net
Agricultores de Lafões reuniram-se com o deputado Carlos Matias para procurarem soluções que enfrentem a perda de 80% da produção de pequenos frutos daquela região – Foto esquerda.net

A praga afetou grande parte dos pomares dos concelhos de S. Pedro do Sul, Oliveira de Frades, Vouzela e Castro Daire.

Na reunião, que teve lugar na passada sexta-feira, além do deputado bloquista Carlos Matias, participaram o presidente da Câmara Municipal de Vouzela, Rui Ladeira, e o presidente da Direção da Associação de Produtores de Mirtilos de Lafões, Paulo Paiva.

Os prejuízos causados por este forte ataque de Drosophila suzukii, uma praga de origem asiática que chegou à Europa em 2009 e, mais recentemente, a Portugal, têm um impacto económico e social grave nesta região do interior.

São cerca de 250 produtores, grande parte instalados no âmbito do programa Jovens Agricultores, com uma área de 600 hectares de pomares predominantemente de mirtilos. Calcula-se que a perda de produção provocada pela praga terá um impacto económico negativo na ordem dos 14 milhões de euros.

O presidente da CM de Vouzela considerou que se trata de um setor muito importante para a região, onde se investiu nos últimos anos, sobretudo num esforço de fixação de jovens nestes territórios, que não pode ser desamparado pelas políticas públicas. “Após a gravidade dos incêndios é muito complicado pedir a estes pequenos agricultores que resistam a mais problemas sem qualquer apoio”.

Dos presentes, nenhum tinha seguro da produção apesar de terem tentado junto das companhias de seguros. “Uma seguradora pediu-me 13 mil euros para segurar um hectare e meio”, disse um produtor, “ora isso é um valor incomportável e, mais grave ainda, é que não cobria este tipo de perdas”.

Paulo Paiva, presidente da Associação de Produtores, disse que a situação dos produtores é dramática, mesmo de grande desânimo, alguns pensam em abandonar as culturas, nomeadamente aqueles que tiveram perdas de 100% por causa do granizo do ano passado, a seguir sofreram os incêndios de 15 de outubro e agora com mais de 80% de perdas por causa da Drosophila suzukii.

O deputado do Bloco e membro da Comissão de Agricultura, valorizou o esforço destes pequenos produtores, das pessoas que resistem e trabalham em condições adversas nas regiões do interior, referindo que há uma grande insensibilidade para os problemas do mundo rural e da agricultura e que o Bloco de Esquerda tudo fará para defender os produtores, a economia e as condições de vida destas regiões em perda populacional.

Carlos Matias comprometeu-se a colocar esta situação ao Governo, que considera muito grave. O deputado bloquista defendeu quatro tipo de medidas: 1 – uma ajuda de emergência para fazer face aos prejuízos e para relançamento da próxima campanha; 2 – que os agricultores com projetos financiados pelo PRODER e PDR em curso não sejam penalizados por incumprimento do plano de produção previsto no respetivo projeto quando for feita ação de controlo de faturação; 3 – apoio técnico imediato para evitar a propagação da doença e avaliar a verdadeira dimensão do problema; 4 - criar um sistema de seguros públicos adaptados aos riscos climáticos e de novas pragas que já se começam a sentir e ajustados às necessidades da pequena agricultura.

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