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Administradores da Altice e da Luz Saúde dizem-se preocupados com influência do Bloco

“Dependendo da solução governativa, as PPP da saúde podem estar em cima da mesa”, afirmou Isabel Vaz, líder da Luz Saúde, o grupo privado detido pela chinesa Fosun, na conferência anual da Exame.
Alexandre Fonseca e Isabel Vaz.
Alexandre Fonseca e Isabel Vaz.

A revista Exame juntou esta quinta-feira à mesma mesa na sua conferência anual a presidente executiva da Luz Saúde Isabel Vaz - que ficou conhecida por defender que o negócio da saúde só perde em rentabilidade para o do armamento —, o CEO da Altice Alexandre Fonseca — o mesmo que garantiu que a rede do SIRESP funcionou a 100% no ano dos incêndios de 2017 — e o economista António Nogueira Leite, acusado há poucos dias no programa Polígrafo da SIC de ter feito declarações racistas no Twitter contra afrodescendentes críticos do passado colonial português.

Segundo relata a revista Visão, o destaque do diálogo deste trio de convidados foi a crítica à influência do Bloco de Esquerda na política portuguesa e junto do atual governo. Aparentemente, terá sido Isabel Vaz a bater os seus colegas de painel neste tema, ao falar de “um Estado que é controlado pela Catarina Martins”.

A líder da empresa de saúde do grupo chinês Fosun em Portugal, que detém o Hospital da Luz, diz estar preocupada com o resultado das próximas eleições legislativas e o impacto que poderá ter no seu negócio, por entre queixas ao “peso brutal” do Estado no setor da Saúde. “Dependendo da solução governativa, as PPP da saúde podem estar em cima da mesa”, avisou a presidente executiva do grupo que ainda detém a concessão da gestão PPP do hospital público Beatriz Ângelo, em Loures.

O “peso do Estado" e as eleições de outubro, nomeadamente o resultado que o Bloco pode alcançar, também fazem parte das preocupações do CEO da Altice, que não escondeu o seu descontentamento com “uma senhora que chega a fazer campanha eleitoral contra empresas privadas como a Altice”.

Apesar de tantas queixas, Alexandre Fonseca reconheceu que “o país está melhor”. “Os factos são os factos. Aparentemente estamos melhor e isso deve deixar-nos felizes, mas com um grau elevado de ceticismo”, concluiu o empresário colocado por Patrick Drahi ao leme do ramo português da multinacional.

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