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94 jornalistas foram assassinados em 2018
A Federação Internacional de Jornalistas (IFJ, na sigla em inglês) salienta que os trabalhadores dos media foram mortos em assassinatos seletivos, bombardeamentos e em diversas situações de conflitos armados.
O país onde morreram mais jornalistas este ano foi o Afeganistão, com 16 assassinatos. A seguir, foram o México com 11 pessoas mortas, Iémen com nove e Síria com oito.
Philippe Leruth, presidente da IFJ, salienta que "os jornalistas são um alvo porque eles são testemunhas. E o resultado disto é um aumento da autocensura".
O assassinato do jornalista Jamal Khasoggi, colaborador do The Washington Post, na embaixada da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia, chocou o mundo em outubro passado. Este assassinato continua impune.
Philippe Leruth sublinha que "a estatística mais chocante é que nove em cada dez casos de mortes de jornalistas ficam impunes".
A IFJ considera ainda que há outros fatores que afetam a atividade dos jornalistas, nomeadamente, o aumento da intolerância à informação independente, populismo, corrupção, crime, e o colapso da lei e da ordem nalguns territórios.
Acabar com a impunidade
A IFJ lançou também uma campanha para acabar com a impunidade e reivindicando um “protocolo da ONU para a proteção dos jornalistas”.
No seu site a IFJ refere que nos últimos seis anos mais de 600 jornalistas foram assassinado/as, sublinhando a impunidade reina e que nove em cada dez casos continuam impunes.
A federação destaca ainda que centenas de jornalistas estão presos e que diariamente as e os jornalistas são atacados, assediados e ameaçados.
Também existem ameaças crescentes à segurança digital com ciberataques, pirataria informática e assédio pela Internet, sobretudo às jornalistas mulheres.
Mais de 345 jornalistas presos em 2018
Segundo a Reporters Sans Frontières (RSF), em 2018 foram presos 345 jornalistas, pelo menos, foram sequestrados 60, mais 11% do que em 2017, e três desapareceram. Segundo dados de 28 de dezembro, estão presos 348 jornalistas.
Mais de metade dos jornalistas presos estão nas prisões de Irão, Arábia Saudita, Egito, Turquia e China, que é a maior cadeia de jornalistas do mundo, pois mantém 60 presos, três quartos dos quais são jornalistas-cidadãos. Quanto aos sequestros, 59 dos 60 ocorreram no Médio Oriente, na Síria, no Iraque e no Iémen.
A RSF destaca que estes números refletem “uma violência inédita contra jornalistas” e que mais de metade dos jornalistas assassinados em 2018 foram atacados deliberadamente. A RSF lembra também o assassinato de Jamal Khashoggi e o do jovem jornalista de investigação eslovaco Jan Kuciak, considerando que “mostram a incomensurável determinação dos inimigos da liberdade de imprensa”.
“Os atos violentos contra os jornalistas alcançam nível inédito este ano: todos os indicadores estão no vermelho”, declarou o secretário geral da RSF, Christophe Deloire, apontando que “o ódio aos jornalistas manifestado – e mesmo reivindicado – por líderes políticos, religiosos e homens de negócios sem escrúpulos, tem consequências dramáticas e traduz-se num aumento muito preocupante das violações dos direitos dos jornalistas”.
Deloire acrescenta ainda que “estes sentimentos de ódio, multiplicados através das redes sociais – que têm grande responsabilidade nestes factos – são usados para legitimar as agressões e debilitam, pouco a pouco, diariamente, o jornalismo e, com ele, a democracia”.
2018 touche à sa fin..mais pas les violences contres les journalistes et la #LibertéDeLaPresse.
En 2018, 80 journalistes ont été tués, 348 sont actuellement en détention et 60 sont otages.
Des chiffres en hausse qui traduisent une violence inédite.#BilanRSF pic.twitter.com/oAUiTuIAKb— RSF (@RSF_inter) 24 de dezembro de 2018
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