70 organizações ambientalistas apresentam reivindicações aos partidos

15 de fevereiro 2024 - 16:22

Ambientalistas querem colocar a gestão da água e dos rios na agenda política, num momento em que o país está "no limiar da sobrevivência face à rapidez das alterações climáticas e, em particular, face à degradação da quantidade e qualidade das águas superficiais e subterrâneas e respetivos ecossistemas”.

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Água. Foto de Paulete Matos.

Num manifesto conjunto, 70 organizações ambientalistas apresentaram um conjunto de 15 medidas urgentes para a proteção dos rios e da água. Querem que elas sejam introduzidas na campanha eleitoral de forma a que haja “um discurso com pensamento estratégico que represente um projeto viável de ação coletiva e individual responsável e com sentido de justiça intergeracional”.

Consideram que estamos numa situação “que nos coloca no limiar da sobrevivência face à rapidez das alterações climáticas e, em particular, face à degradação da quantidade e qualidade das águas superficiais e subterrâneas e respetivos ecossistemas” e vincam que politicamente é preciso “agir prioritariamente sobre as causas como forma de combater os efeitos”.

No texto, exigem medidas de combate ao desperdício de água à seca, a proteção de rios e linhas de água subterrâneas, o cumprimento integral e urgente da legislação comunitária e nacional, a implementação “urgente” das medidas previstas nos Planos de Bacia Hidrográfica, a “definição e implementação rigorosa de regimes de caudais ecológicos” e a “implementação de processos de recuperação ecológica”.

José Gusmão
José Gusmão

Algarve: não há água sem Justiça

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Os ambientalistas afirmam a sua oposição aos projetos baseados em aumentos de consumo de água, aos transvases e à construção de novas barragens, açudes e dessalinizadoras, nomeadamente a do Algarve.

Constam ainda do manifesto as reivindicações de “efetivo controlo físico-químico e biológico dos efluentes libertados nos meios hídricos”, de redução dos valores limite de emissão dos efluentes libertados pelas estações de tratamento, de definição de “políticas eficazes” no sentido de regulamentar a proliferação de monoculturas, de eliminação de barreiras transversais e de erradicação de invasoras. A divulgação de informação 'online' de acesso livre e o desenvolvimento de “programas que de uma forma massiva combatam a iliteracia ecológica” são igualmente vincados.

Paulo Constantino, do Movimento proTejo, explica à agência Lusa que “aquilo que se pretende é efetivamente pôr na agenda política as questões da gestão da água e do uso eficiente da água, por forma a que esse recurso, que é finito, seja bem usado e para aquilo que é efetivamente necessário”. Os ambientalistas destacam que “não pode haver ofertas ilimitadas de água”, considerando importante “gerir as necessidades e as disponibilidades de água em cada bacia hidrográfica, satisfazendo as necessidades humanas e as necessidades ecológicas”.

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