Depois de sete sentenças a darem razão aos professores, contra apenas duas a seguirem as razões do Ministério - e "ambas do mesmo tribunal e da mesma juíza de Leiria", segundo Mário Nogueira - a Fenprof vai avançar para o passo seguinte deste braço de ferro: associar o máximo número de professores que estejam na mesma situação a estas sentenças e reclamar o valor que é devido pelo Estado.
"É preciso não ter vergonha na cara, do ponto de vista político e legal, para não assumir que esta lei é para cumprir", declarou o líder da Fenprof ao Diário de Notícias. Nesta situação encontram-se cerca de 20 mil professores que cessaram contrato em 2009, e outros 20 mil no último ano letivo. Mesmo que tenham voltado a ser contratados, os tribunais consideram que os professores têm direito ao pagamento referente ao vínculo anterior. Cada professor nesta situação terá assim direito a uma indemnização entre 800 a 1000 euros.
Também Miguel Reis, do grupo Protesto dos Professores Contratados e Desempregados, que tem seguido Nuno Crato nas suas aparições públicas procurando saber quando é que o ministro vai pagar o que deve àqueles professores, congratulou-se com as decisões da Justiça e espera que "o ministro da Educação assuma a sua derrota e estenda os efeitos destas decisões dos tribunais aos professores que estão na mesma situação".
A Fenprof anunciou ainda que esta quinta-feira publicará no seu site uma "minuta para a extensão de efeitos da indemnização devida" que os professores deverão preencher e entregar no Ministério. Caso Nuno Crato recuse pagar o que deve aos professores ou não responder em 90 dias, podem então avançar para os tribunais que já deram razão aos mesmos casos apresentados por outros colegas.
Professores contratados somam vitórias em tribunal contra Crato
16 de fevereiro 2012 - 13:00
O Ministério da Educação pode ter de pagar 40 milhões em indemnizações pela caducidade dos contratos anuais. Esta semana houve mais duas decisões favoráveis aos professores em tribunal e os 40 mil professores podem pedir as indemnizações através da minuta que a Fenprof vai publicar no seu site.
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Manifestação de professores contratados e desempregados. Foto Paulete Matos