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100% de adesão à greve de trabalhadores da saúde

Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública fala em adesão a rondar os 100% à greve. A maioria dos hospitais está apenas a cumprir os serviços mínimos.
100% de adesão à greve de trabalhadores da saúde
Foto de Paulete Matos.

"O balanço do primeiro turno, que em muitos sítios começou às 20 horas, é muito positivo, a maior parte dos hospitais está tudo com 100% de adesão, apenas com serviços mínimos a funcionar, tanto nas urgências, como blocos operatórios ou laboratórios", disse Ana Avoila, coordenadora da Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública à agência Lusa.

A greve, que irá decorrer até às 23h de sexta-feira, 15 de junho, engloba trabalhadores dos hospitais, centros de saúde, INEM e outros organismos e serviços integrados no Serviço Nacional de Saúde – apenas os médicos e enfermeiros não participam nesta greve convocada pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas, cujo objetivo é a exigência de melhores “condições de trabalho e de vida”.

"Mesmo em Lisboa, com exceção de Santa Maria, que está com 85% de adesão, os restantes hospitais rondam os 100%, assim como no Porto, Coimbra ou no Garcia de Orta, em Almada", acrescentou a sindicalista à Lusa.

Entre as reivindicações dos trabalhadores encontram-se "a admissão dos trabalhadores necessários ao SNS", a integração nos mapas de pessoal dos trabalhadores precários, a reversão para o setor público administrativo dos Hospitais EPE (Entidade Pública Empresarial) e das PPP e a negociação da carreira de Técnico Auxiliar de Saúde.

A revisão das Carreiras da Saúde, "a justa valorização" da Carreira Especial de Técnico de Emergência Pré-Hospitalar, o fim dos cortes no pagamento das horas de qualidade e do trabalho suplementar, "contra a descentralização de competências na área da Saúde para as Autarquias Locais" e a "aplicação do DL 62/79 a todos os trabalhadores" e o "pagamento do abono para falhas aos trabalhadores que manuseiam valores" são outras reivindicações dos trabalhadores.

Ana Avoila afirmou que os trabalhadores têm a convicção que "o governo ficou muito aquém daquilo que diz que fez". Acrescentou que o pagamento do trabalho suplementar "não é efetuado há vários meses", salientando que os problemas têm de ser resolvidos e que o governo "só não o faz se não quiser".

Também Ana Amaral, dirigente da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais, comentou os níveis de adesão à greve até ao momento. “Em regra geral, os valores são muito bons. Isto é uma resposta que os trabalhadores estão a dar ao Governo e uma mensagem que passa para que as coisas mudem. Para que, realmente, o Governo atenda às reivindicações que são justas”.

A sindicalista lembrou também que um dos motivos desta greve são os "salários miseráveis" de alguns trabalhadores. “Os auxiliares ganham o salário mínimo nacional e, tendo em conta as exigências que lhes são feitas, seria desejável salários que fossem dignos”, especificou, defendendo que o Executivo de António Costa deveria ouvir as reivindicações.

Em paralelo, está a decorrer também uma greve dos enfermeiros no Hospital de Guimarães. Os trabalhadores exigem a admissão de mais 60 profissionais do hospital para fazer face à nova lei das 35 horas semanais.

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