Diversas cidades em Portugal e no estrangeiro vão aderir, no sábado, à manifestação “Que se lixe a Troika” para pedir “o fim” da austeridade e do empobrecimento do país.
Alguns dos subscritores do protesto “Que se lixe a Troika, o povo é quem mais ordena” realizaram esta segunda-feira uma conferência de imprensa junto à zona de chegadas do aeroporto de Lisboa para convidar todos os portugueses a manifestarem o seu descontentamento no sábado.
“Nós pretendemos pôr fim a este percurso de austeridade e empobrecimento do país. De facto, só assim é que recuperaremos a dignidade”, disse aos jornalistas Helena Dias, uma das subscritoras do movimento.
A conferência de imprensa, que terminou com a canção “Grândola Vila Morena”, realizou-se no dia em que a delegação da Troika chega a Lisboa para a sétima avaliação do memorando de entendimento.
“Um relógio parado acerta mais nas horas do que as previsões do ministro Vítor Gaspar. O desafio e o convite que colocamos é que os portugueses expressem a 2 de março o seu descontentamento, mas também uma enorme vontade de parar este rumo e abrir espaço para uma efetiva mudança que sirva os interesses do povo e a vontade popular”, afirmou outro membro do movimento, João Gustavo.
O ativista adiantou que “a austeridade aumenta os problemas e para resolver os problemas é apresentada mais austeridade”, sendo necessário “colocar um ponto final neste ciclo vicioso”.
A manifestação de 2 de março coincide com a presença da delegação da Troika (Comissão Europeia, Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional) em Lisboa, considerando os subscritores do apelo “Que se lixe a Troika” ser “o momento oportuno” para também fazer a avaliação ao memorando de entendimento.
O aumento do desemprego e da dívida pública, a diminuição das reformas e dos salários, além da queda do Produto Interno Bruto (BIP), são o resultado de quase dois anos de Troika em Portugal, dizem os proponentes.
“Nós queremos no dia 2 de março afirmar a nossa avaliação negativa à Troika”, sustentou Helena Dias.
Os promotores do protesto dizem também que o dia 2 de março vai “ficar gravado, de uma forma bastante afirmativa, nas ruas, no chão e nos ventos deste país que é o povo quem mais ordena”.
A central sindical CGTP e muitos outros movimentos já anunciaram que vão aderir ao protesto, que em Lisboa vai decorrer entre o Marquês de Pombal e o Terreiro do Paço.
Os promotores acreditam que vai ser “uma manifestação enorme” em todas as cidades aderentes.