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O melhor orçamento para a Madeira

Se Miguel Albuquerque nem consegue convencer o seu partido em Lisboa a aprovar as medidas que ele defende para a Madeira, vai convencer quem? Que força tem para negociar com o governo de Costa e com Bruxelas?

É o que dá mais dinheiro para o orçamento da região desde 2011 e devolve às pessoas os rendimentos de salários, pensões, apoios sociais que foram roubados pelo governo do PSD-CDS. É um orçamento que recupera a esperança.

Os deputados do PSD-M em Lisboa aprovaram o OE em 2014 que retirou 70 milhões à Madeira, agora que esse valor é reposto, o PSD vota contra. Queixam-se de descriminação em relação aos Açores, que recebem 8 milhões a mais em 2016, mas não se queixaram nos anos anteriores quando essa diferença era de 80 milhões!

Hipocrisia pura.

Os quatro orçamentos anteriores traziam sempre cortes nos vencimentos e pensões por um lado, aumentos do IRS e do IVA, cortes no abono de família e subsídios de desemprego. Este ano é diferente, para melhor!

Este ano será de alívio dos sacrifícios sofridos nos últimos anos, mas o alívio vem apenas do Orçamento do Estado, pois o governo regional do PSD mantém a política de empobrecimento. Graças a Miguel Albuquerque continuamos sem subsídio de insularidade e com o IRS e o IVA ao mesmo nível do continente, ao contrário do que existia até 2011 e ao contrário dos Açores.

Diz o PSD-M que o governo de Costa não é amigo da Autonomia, mas é o PSD nacional, acompanhado do CDS, quem despreza a Madeira ao não aprovar as propostas de alteração ao orçamento que beneficiavam a região. Abstiveram-se de forma cega em todas as propostas de alteração e deixaram os deputados do PSD-Madeira a falar sozinhos.

Revela-se assim o peso político que têm os deputados eleitos pela Madeira, dentro da bancada do PSD em São Bento – zero. A vice-presidência da bancada ocupada por Sara Madruga vale apenas pela tradição, para enfeitar, mais nada.

Zero é também o peso político de Miguel Albuquerque dentro do PSD em Lisboa, não tem qualquer capacidade negocial, mantém uma atitude de absoluta subserviência face a passos coelho, mesmo depois de este ter passado à oposição. Uma atitude de absoluta irrelevância política.

Ora quem nem tem força dentro do seu próprio de partido, que crédito tem para junto do governo da República e junto da Europa resolver os problemas da Madeira?

Artigo publicado em dnoticias.pt a 18 de março de 2016

Sobre o/a autor(a)

Coordenador do Bloco de Esquerda / Madeira. Economista, dirigente da Administração Pública.
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