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Mesmo +60 é tempo de lutar

Num Encontro, no próximo sábado 20 de fevereiro, os +60 do Bloco, simpatizantes ou amigos, vão equacionar todos os problemas de como lutar pela reposição dos rendimentos, pela reforma da segurança social, pelo direito à saúde.

Quando se fala em cidadãos com +60 pensa-se que o tempo do ativismo e da luta por causas sociais já não é o deles. Puro preconceito. Também não seria tempo de luta por se imaginar que os +60 já teriam perdido a força e a esperança. Outro erro. Pode equacionar-se a questão de outra forma e considerar que cabe aos +60 dar um passo em frente porque são eles que conhecem os problemas encontrando-se, pois, em posição privilegiada para lutar. Novo erro. Nem uma coisa nem outra são exatas. A verdade é que é tempo de luta porque os problemas são muitos, porque a sociedade tende a marginalizá-los, porque a direita agora apeada se notabilizou a esmagar os seus direitos.

1º Encontro Nacional +60 do Bloco de Esquerda, dia 20 de fevereiro, Almada, Escola Cacilhas Tejo, a partir das 10 horas. Ver programa. Inscrições aqui ou através do 213510510

Como qualquer outro setor da sociedade, os +60 têm direitos provenientes da prestação de trabalho e têm direitos porque, para aquele patamar etário, a sociedade tem de sentir que a inserção dos +60 e a sua proteção social, cultural, financeira e na saúde, é uma responsabilidade coletiva que não pode ser descartada. Descartamos por acaso os nossos cuidados com a maternidade, com as crianças, com os doentes? Nem descartamos nem a ideia é aceitável. Ao atingir o patamar +60, o ciclo de vida parece repetir-se sendo em uns casos mais dramático que noutros, não há nada de novo. A novidade terrível resume-se ao facto de que, quando se julgava que os direitos dos +60 eram dados adquiridos, naturalmente intuídos e devidamente acautelados pelo Estado, a direita conseguiu o seu feito maior que foi a introdução da incerteza, a instituição da insegurança, a substituição dos direitos pela caridade. Um programa indigno arquitetado e levado à prática por gente mesquinha. Os +60 não são nem um fardo nem uma despesa. Para os +60, nem a esperança morre aqui nem a direita os conseguiu abafar. A luta adquire tonalidades diferentes, obriga a escolhas mas a estratégia é da reposição dos rendimentos e melhoria, ou criação, de direitos que nos últimos anos foram banidos ou seriamente postos em causa.

No Encontro do próximo Sábado, 20 Fevereiro, os +60 do Bloco, simpatizantes ou amigos, vão equacionar todos estes problemas e procurarão, em conjunto, acertar o passo para a construção de propostas, combinar estratégias para que se possa, de forma organizada, apoiar a intervenção parlamentar. A participação dos +60, o seu ativismo, impedirá que fiquem acantonados e escondidos. Os seus problemas não lhes são exclusivos; é preciso puxá-los para a ribalta e alargar o debate porque a luta dos +60 faz tanto mais sentido quanto mais participada for.

1º Encontro Nacional +60 do Bloco de Esquerda, dia 20 de fevereiro, Almada, Escola Cacilhas Tejo, a partir das 10 horas. Ver programa. Inscrições aqui ou através do 213510510.

Sobre o/a autor(a)

Bibliotecária aposentada. Activista do Bloco de Esquerda. Escreve com a grafia anterior ao acordo ortográfico de 1990
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