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Hamburgo prepara-se para o “cerco ao G-20”

Com Trump, Putin, Erdogan e outros líderes políticos juntos na cidade alemã, aumenta a mobilização para as marchas de protesto no próximo fim de semana.
Manifestantes montam tendas contra a repressão em Hamburgo. Foto Attac.

Para o próximo sábado está prevista uma grande manifestação para dizer que o G-20 não é bem-vindo a Hamburgo. O protesto vai juntar diversos movimentos antifascistas, feministas, pela justiça climática ou de solidariedade com o povo curdo, entre outros. Aqui são esperadas cerca de cem mil pessoas. Mas há outras iniciativas de protesto a decorrer já a partir de quinta-feira, quer organizadas por associações ligadas à cultura da cidade, quer por coletivos associados às táticas “black block”.

A decisão alemã de organizar a cimeira do G-20 no centro de uma grande cidade está a pôr a polícia à beira de um ataque de nervos. Depois de ter proposto a proibição total das manifestações no centro da cidade, o que foi recusado pelos órgãos municipais, a polícia anunciou essa proibição numa faixa de 38 quilómetros quadrados, entre o aeroporto e o local da cimeira do G-20. Um anúncio que está a ser contestado pelos partidos Die Linke e Verdes.

O líder da associação de polícia criminal, Jan Reinicke, disse ao Guardian que a localização do evento é “incompreensível”, à luz do que aconteceu em Génova em 2001. “Porquê Hamburgo quando podiam fazer o G-20, sei lá, numa floresta na Bavaria ou em Heligoland [um arquipélago alemão no Mar do Norte]?” questionou.

A escassez de alternativas de entrada para o centro de congressos no bairro de Schanzenviertel é um fator que os manifestantes prometem aproveitar, com bloqueios de ruas para impedir o funcionamento normal da cimeira e atrasar ao máximo a chegada das delegações. “Bloquear o G-20, colorir a zona vermelha” é o título da mobilização para o próximo fim de semana.

A proibição de iniciativas previstas mesmo fora da “zona vermelha” está a revoltar muitos dos que se opõem à cimeira. É o caso da rede internacional Attac, que viu o tribunal proibir três das suas iniciativas agendadas para sexta-feira na chamada “zona azul”. “Aquilo a que estamos a assistir em Hamburgo está tão longe do prometido festival de democracia como a Turquia em relação à liberdade de imprensa”, afirmou a dirigente da Attac Alemanha, Judith Amier.

O acampamento anticapitalista, que junta centenas de manifestantes vindos de fora de Hamburgo, tem sido alvo de incursões policiais desde domingo. O partido Die Linke a acusar a polícia de desrespeitar as ordens do tribunal, numa ação que não faz antever nada de bom para os próximos dias.

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