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A cidade ganhou o Batalha!

Mais um Desobedoc. Outra programação mas a mesma insubmissão no combate às forças do mercado que tudo precarizam: o emprego, o salário, a reforma, a habitação, os serviços públicos, o ambiente, as cidades, os direitos.  Texto de João Semedo. 
Cinema Batalha, via restosdecoleccao.blogspot.pt
Cinema Batalha, via restosdecoleccao.blogspot.pt

Fechado durante mais de 15 anos, o Trindade recebeu os dois primeiros Desobedoc. Ganhámos-lhe o gosto e mostrámos que havia público para as salas de cinema da cidade há demasiado tempo encerradas. Hoje, há cinema todos os dias no Trindade. E o mesmo vai acontecer com o Batalha, a cujas salas voltamos novamente este ano.

Um regresso que traz uma enorme certeza: o Batalha vai finalmente ser recuperado como espaço de cinema e cultura à disposição da cidade. O projecto é do arquitecto Alexandre Alves Costa, desde a primeira hora envolvido no movimento pela reabertura do Batalha, proposta que há anos defendemos, pela qual lutámos e relançamos nas últimas eleições à Câmara do Porto. Com ele e muitos outros, vamos aproveitar para discutir “O que queremos para o Batalha?”, agora que conseguimos tirá-lo do abandono e dar-lhe uma segunda vida.

Mais um Desobedoc. Outra programação mas a mesma insubmissão no combate às forças do mercado que tudo precarizam: o emprego, o salário, a reforma, a habitação, os serviços públicos, o ambiente, as cidades, os direitos. É desta precariedade global que trata o Desobedoc, das vidas precárias, esmagadas e arruinadas mas, também, da força rebelde e solidária que por elas se levanta, organiza, movimenta e luta.

O realismo do cinema de Ken Loach, autor do fantástico “Eu, Daniel Blake”, 50 anos a filmar os dramas provocados pela violência social e a desumanização do capitalismo. Nos 100 anos da Revolução de Outubro, revisitamos a esperança que projetou o ideal socialista por todo o mundo e a sua derrota pela degenerescência do próprio poder bolchevique. As crónicas vindas de Barcelona, sobre a luta dos despejados, dos despedidos e dos precários, e a construção das maiorias políticas que venceram as eleições municipais para devolver aos cidadãos o direito à habitação, ao trabalho, à cidade.

Quatro dias intensos, de muitas emoções como só o cinema é capaz. A emoção é como a luta, partilha-se, vive-se em conjunto. Também por isso fazemos o Desobecoc, juntos a nossa insubmissão leva-nos mais longe.

João Semedo, Candidato Câmara Municipal do Porto

 

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Neste dossier:

Desobedoc 2017 - Mostra de Cinema Insubmisso - 28 de abril a 1 de maio, no Porto

Pelo segundo ano no Cinema Batalha, o Desobedoc 2017 apresentará quarenta filmes, dos quais treze portugueses, que abordarão quatro temas: Direito à Cidade; tributo a Ken Loach; 100 anos da Revolução Russa; Trabalho e precariedade.

Programa de 29 de abril

O segundo dia da mostra terá em exibição Para um futuro livre de Petróleo (18h), Cathy Come Home (18h30), A Síndrome de Veneza (19h), Cerca de tu casa (21h30), Encardido (22h), uma Sessão de curtas pelas 23h seguido de Rat Film (23h30). 

Programa de 28 de abril

A mostra insubmissa tem início com um debate dedicado ao Cinema Batalha e visionamento de Douro Faina Fluvial, pelas 18h na Sala Batalha. Seguem-se a exibição de Ada for Mayor (22h), Nada a Temer (23h30) e Versus - A vida e os filmes de Ken Loach (24h). 

Tudo o que precisas de saber para ir ao Desobedoc 2017

O Desobedoc  - Mostra de Cinema Insubmisso decorre de 28 de abril a 1 de maio de 2017 na cidade do Porto no Cinema Batalha. A entrada é gratuita e os debates são abertos ao público.

Cinema Batalha, história e imagens

Neste artigo exploramos a história do Cinema Batalha desde os dias em que era um Salão High-Life até aos dias de hoje, com imagens históricas que vale a pena conhecer. 

A Invicta Filme

Jorge Campos contextualiza as origens da Invicta Filme, do trabalho que desenvolveu para criação de públicos para o cinema português até ao seu fecho em 1931. 

Paz dos Reis, o primeiro cineasta português

Homem de múltiplos interesses, Paz dos Reis, a par da sua actividade comercial num estabelecimento chamado Flora Portuense situado na Praça de D. Pedro, mais tarde designada Praça da Liberdade, foi um excelente fotógrafo premiado, por diversas vezes, em Portugal e no estrangeiro. Artigo de Jorge Campos. 

História do Cinema no Porto (1896-1974)

Introdução a um ciclo de artigos de Jorge Campos sobre a história do Cinema no Porto, entre 1896 e 1974.

O ciclo do Porto

Jorge Campos apresenta neste texto o panorama da indústria cinematográfica no Porto no início do século XX. 

O movimento Cineclubista

O movimento cineclubista ganhou peso a partir do final dos anos 50 e viria a estar ligado à luta política de resistência à ditadura.

Douro Faina Fluvial e as revistas de cinema

“Esta ante-estreia foi um escândalo. Perante a surpresa dos congressistas estrangeiros, os espectadores portugueses, na sua maioria, vaiaram ruidosamente o filme." 

Texto de Maria Manuel Rola

Cinema Batalha, via restosdecoleccao.blogspot.pt

A cidade ganhou o Batalha!

Mais um Desobedoc. Outra programação mas a mesma insubmissão no combate às forças do mercado que tudo precarizam: o emprego, o salário, a reforma, a habitação, os serviços públicos, o ambiente, as cidades, os direitos.  Texto de João Semedo