A refundação da Europa, prometida à exaustão nas últimas semanas, é uma farsa. A cimeira agora realizada pouco ou nada trouxe de novo a não ser uma garantia de austeridade muito para além de 2014.
O Primeiro-ministro enganou os portugueses e continua a enganar-se a si próprio: para Passos Coelho austeridade é sinónimo de rigor, para quem por ela é afectado é sinónimo de castigo, de brutalidade.
A política de Jardim é a política do medo, a da chantagem. Ao buraco das contas públicas, podem juntar-se o do défice democrático e o da liberdade de expressão.
Seis governos - os da Alemanha, do Reino Unido, da Suécia, da Holanda, da Dinamarca e da República Checa - querem reduzir em 75 por cento o montante dedicado ao europeu de assistência alimentar aos mais carenciados e extingui-lo em 2013.
Ninguém espera que Passos Coelho lidere a política económica europeia. Seria, contudo, dispensável a atitude submissa. Dizer não enquanto a Sra. Merkel disser não e mudar quando esta mudar, é menos do que nada e seguramente bem pouco patriótico.