Heitor de Sousa

Heitor de Sousa

Economista de transportes

O direito à mobilidade dos habitantes das regiões de Lisboa e Porto será duramente atingido com as medidas que o Governo pretende aplicar. 

O INIR veio confirmar a quebra brutal de tráfego médio diário na ordem dos 50% na A29, A41 e A42 e cerca de 25-30%, na A28. Qual o custo total para as pessoas e de todos estes atrasos na economia? Certamente muito maior que a receita das portagens.

Passos Coelho provou, pela milionésima vez, que a sua “alternativa” de combate ao “défice público” é igual à de José Sócrates, ou seja, mais austeridade, mais recessão e mais desemprego.

As medidas deste PEC são uma continuidade da política de austeridade anterior.

A Assembleia da República rejeitou, com os votos da maioria PS/PSD, um projecto-lei do BE para limitar a remuneração fixa dos gestores públicos ao salário do Presidente da República.

O Governo e a direita, atacam os trabalhadores usando a bomba atómica. Será que a esquerda, no Parlamento e fora dele, não tem o direito de lhe responder na mesma moeda?

Dois números hoje conhecidos atestam o estado da economia nacional e a forma como os portugueses antecipam o aumento dos impostos e descida dos salários que terão lugar daqui a menos de duas semanas.

O Programa de Estabilidade e Crescimento agrava todas as grandes desigualdades existentes na sociedade portuguesa, promove a exclusão social e distribui os sacrifícios pelos suspeitos do costume: os trabalhadores.

A urgência e a gravidade do conjunto das situações de excepção, resultantes das intempéries que assolaram a Região do Oeste no final de 2009, impõe que o Governo seja célere e seja claro na aprovação de medidas que melhor possam reparar os elevados prejuízos sofridos.