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Parlamento Europeu proíbe o glifosato, daqui a cinco anos

A primeira versão da resolução retirava o herbicida do mercado europeu a partir de 2020, mas uma proposta de última hora, apresentada pelo grupo europeu do Partido Socialista, prolongou a sua utilização até 2022.
Foto Mike Mozart/Flickr
Foto Mike Mozart/Flickr

Uma resolução do parlamento europeu para proibir a utilização do glifosato devido ao seu potencial cancerígeno foi aprovada com 355 votos a favor, 204 contra e 111 abstenções. 

A primeira versão da resolução retirava o herbicida do mercado europeu a partir de 2020, mas uma proposta de última hora, apresentada pelo grupo europeu do Partido Socialista, prolongou a sua utilização até 2022.

Em comunicado, o Parlamento Europeu explica que a resolução parlamentar defende que devem ser proibidas quaisquer utilizações de glifosato em parques públicos, parques infantis e jardins públicos, ou nas suas imediações, após 15 de dezembro deste ano. O executivo comunitário e os países da UE também não devem aprovar “qualquer utilização agrícola do glifosato após 15 de dezembro de 2017 quando os sistemas integrados de gestão de pragas forem suficientes para o controlo necessário das ervas daninhas”.

A Comissão Europeia deverá adotar as “medidas necessárias para eliminar progressivamente a substância ativa glifosato na União Europeia até 15 de dezembro de 2022, assegurando que nenhuma utilização de glifosato seja autorizada após essa data”, diz o PE.

Cerca de 76% da utilização de glifosato a nível mundial ocorre na agricultura, sendo este herbicida também muito utilizado em aplicações florestais, urbanas e de jardim.

O glifosato é um herbicida tão agressivo e persistente que os seus resíduos podem ser encontrados em 45% do topo dos solos europeus, em áreas suscetíveis de contaminar a erosão de água e vento. Num teste realizado pela Agência Federal do Ambiente da Alemanha, concluiu-se que pelo menos 3/4 dos alemães estavam contaminados, apresentando resíduos do herbicida na urina. E testes realizados pelas autoridades do Reino Unido, permitiram concluir que mais de 60% do pão vendido naquele país estava contaminado também. 

Em Portugal, a revista Visão publicou em junho de 2017 um estudo que identificou pesticidas em 21 géneros alimentícios de produção vegetal biológica, onde os resíduos de glifosato surgiram a níveis 12 vezes acima do máximo permitido por lei. Em declarações do presidente da Associação Portuguesa de Agricultura Biológica (Agrobio), “a quantidade [de glifosato] pode ser de tal forma grave que é um problema de saúde pública e devia ser imediatamente denunciado à ASAE – Autoridade de Segurança Alimentar e Económica”.

Em 2015, a Agência Internacional da Investigação para o Cancro - da Organização Mundial da Saúde -, concluiu que o glifosato era “provavelmente carcinogénico”, e mais de um milhão de pessoas assinaram uma petição a exigir a sua proibição. 

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