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Morar em Lisboa transformou-se em “privilégio de poucos”

Associações promovem carta aberta que pede “nova política de habitação e de ordenamento do território” e alerta para o facto de viver na capital ser hoje um “direito praticamente inacessível às famílias portuguesas”.
Signatários querem "cidade para ser vivida por todos e não apenas aceleradamente consumida por alguns".

Associações cívicas como Academia Cidadã, Associação de Inquilinos Lisbonense, Associação de Moradores do Bairro Alto, Coletivo Habita, Associação pelo Património e População de Alfama, Renovar a Mouraria e “Quem Vai Poder Morar em Lisboa?” e personalidades como o arquiteto Manuel Graça Dias estão a promover uma carta aberta, que ainda está em fase de recolha de assinaturas, em que é exigida “uma nova política de habitação e de ordenamento do território”.

Na missiva, que será endereçada ao Governo, Assembleia da República e Câmara Municipal de Lisboa, os signatários defendem mecanismos de controlo das rendas, impedimento de despejos sem ser assegurado realojamento, diferenciação fiscal para fins turísticos e incentivos para colocação de edifícios devolutos no mercado.

No documento, citado pela edição desta terça-feira do jornal Público, é assinalado que o apoio estatal ao investimento privado no ramo imobiliário aumentou drasticamente os preços da habitação e expulsou moradores do centro da cidade.

“Nos últimos três/quatro anos, os preços da habitação para arrendamento aumentaram entre 13% e 36%, e para aquisição subiram até 46%, consoante as zonas da cidade”. É ainda alertado que “os padrões comuns aconselham uma taxa de esforço até 30%”, com estes preços tem-se situado entre 40% e 60%.

Os subscritores assumem-se “profundamente preocupados” e pedem intervenção das autoridades públicos para que a “capital, que se pretende habitada, plural e diversificada, uma cidade para ser vivida por todos e não apenas aceleradamente consumida por alguns". 

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