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Há 25 anos, Shell assumia alterações climáticas
O vídeo intitulado “Climate of Concern” - Clima de Preocupação - foi produzido para ser divulgado sobretudo em escolas e universidades e foi agora publicado pelo jornal digital holandês, The Correspondent, em colaboração com o jornal britânico The Guardian.
Nele pode ouvir-se a voz do narrador a dizer que “o aquecimento global ainda não é certo, mas muitos acreditam que esperar para ter a prova final seria irresponsável”, sublinhando que “agir agora é visto como o único seguro possível”.
Se for para abordar a ameaça do aquecimento global de forma realística, o futuro terá de ser diferente
O filme produzido pela Shell faz ainda apelo ao recurso à energia solar e eólica como alternativas aos combustíveis fósseis.
“Se for para abordar a ameaça do aquecimento global de forma realística, o futuro terá de ser diferente”, alerta o vídeo.
Os responsáveis pela produção de “Climate of Concern” fazem questão de anunciar que os dados utilizados, bem como as conclusões em que se baseia o alerta estão “apoiados num consenso inédito e alargado de cientistas” que foram responsáveis pela elaboração do primeiro relatório deste teor para as Nações Unidas, em 1990
O Guardian teve acesso a um relatório “confidencial”datado de1986 onde é referido que independentemente das incertezas contidas no estudo sobre o aquecimento global, “as alterações podem ser as maiores de que há registo”.
Em conclusão, pode afirmar-se que o relatório e o vídeo nada têm a ver com a posição que a Shell adotou nos últimos anos uma vez que apesar de se empenhar na realização de várias iniciativas de cariz publicitário alusivos à suas políticas que visam reduzir a utilização de combustíveis fósseis, o Guardian lembra que a empresa holandesa considerou em 2016 o gás de xisto como uma “oportunidade de futuro” tendo ainda gasto 20,7 milhões de euros em ações de lobby visando travar o estabelecimento de metas climáticas batendo-se sobretudo contra as tentativas da União Europeia (UE) em estimular uma maior utilização de energias renováveis.
O ambientalista norte-americano Bill McKibben, disse ao jornal britânico que "o facto de a Shell compreender tudo isto em 1991", e de 25 depois estar envolvida na exploração de petróleo no Ártico, "diz-nos tudo o que precisamos de saber sobre a ética corporativa das indústria das energias fósseis".
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