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Funcionários públicos perderam 13% do salário real nos últimos oito anos

Estes números vão marcar as discussões para o descongelamento e das carreiras, neste momento em discussão para o Orçamento do Estado. Em 2018, fará 13 anos desde que não existe qualquer progressão nas carreiras. 
Foto de Paulete Matos.
Foto de Paulete Matos.

Nos últimos oito anos, os salários reais dos funcionários públicos sofreram um corte de 13%. As contas são do Jornal de Negócios e incluem o impacto da inflação, o aumento dos descontos para ADSE (1,5%) e a subida para 3,5% nas contribuições para a Caixa Geral de Aposentações. Em termos brutos, as remunerações caíram 10%. 

Desde 2000, os salários da função pública foram atualizados até 2009, estando congelados desde então. Das atualizações registadas, apenas por seis vezes foi registada uma valorização real dos salários acima da inflação. Por seu lado, as carreiras estão congeladas desde 2005.

Estes números vão marcar as discussões para o descongelamento e das carreiras, neste momento em discussão para o Orçamento do Estado. Em 2018, fará 13 anos desde que não existe qualquer progressão nas carreiras. 

Em declarações esta sexta-feira, à saída da reunião com a Secretário de Estado da Administração e do Emprego Público, o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado afirmou que da parte do governo “está colocada de parte qualquer atualização remuneratória” para 2018, mas o STE mantém a reivindicação de aumento salarial de 2%, bem como o subsídio de almoço de €6. No entanto, para o STE, as negociações centram-se na recuperação da “lei que estava em vigor relativamente a cada carreira”. 

Segundo os números apresentados pelo governo à Frente Comum de Sindicatos, o descongelamento das progressões para todos os funcionários da administração central custaria cerca de 600 milhões de euros. No Programa de Estabilidade, o governo inscreveu 200 milhões para o descongelamento de carreiras, indicando a vontade do governo em proceder apenas de forma faseada. 

À saída da reunião desta sexta-feira, a FESAP declarou estar disponível para uma “reposição da normalidade” mas recusou “receber aos poucochinhos”. O dirigente da FESAP, José Abraão, declarou que “ficámos impressionados com aquilo que o Governo diz que poderá vir a custar o descongelamento das progressões e ficámos a saber melhor o enormíssimo sacrifício que foi pedido aos trabalhadores da administração pública para ultrapassar as dificuldades do país”.

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