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Estragos no Convento de Cristo: Bloco quer explicações do Ministro da Cultura
O caso foi revelado pela RTP, no programa “Sexta às 9” de 2 de junho, onde se denunciavam estragos no Convento de Cristo, em Tomar, alegadamente durante a rodagem da comédia “ Homem que Matou D. Quixote”, uma realização de Terry Gilliam.
Os relatos incluem a realização de uma fogueira, pedras centenárias partidas ou com arestas fraturadas, pelo facto de se terem fixado adereços e panos às colunas e outras estruturas, cantarias e telhas destruídas. Nas imagens televisivas, é ainda visível um aglomerado com dezenas de botijas de gás conectadas à rede de tubos que terá assegurado o fogo, na enorme pira.
Segundo os testemunhos, gerou-se uma enorme onda de calor provocada pelo fogo nas imediações da janela do Capítulo, jóia da arquitetura manuelina e ícone mundial do Convento de Cristo, pondo em risco tanto o monumento, como o grande número de figurantes presentes no local.
O filme é uma coprodução entre Portugal, Espanha, França, Bélgica e Inglaterra e conta com um orçamento de 16 milhões de euros.
O Convento de Cristo, em Tomar, monumento de referência da época do Renascimento que integra a conhecida “Janela do Capítulo” da sacristia manuelina, mereceu a classificação de Património da Humanidade pela UNESCO e é um ícone do património nacional e parte importante da sua história.
Mesmo que se paguem e que se reparem os estragos, irão fazê-lo com recurso a argamassas ou remendos, ou seja os danos são irrecuperáveis. Nesse sentido, é premente apurar responsabilidades para que não se repitam situações similares que ponham em causa e em definitivo o património cultural português.
Face a esta situação, o deputado do Bloco de Esquerda, Jorge Campos, quer a presença do Ministro da Cultura na Assembleia da República para oferecer explicações sobre a situação, bem como a entrega do “contrato entre a tutela e a produção cinematográfica em causa”; a “lista detalhada dos danos ocorridos durante as filmagens”; o “estudo de impacto para a realização desta produção no Convento de Cristo”; e especificamente o “número de especialistas da DGPC (…) que tenham sido designados para acompanhar a rodagem”.
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SISTEMA CORRUPTO
O Ministério da Cultura tem uma inspecção-geral que não tem capacidade para fazer nada. Mas se a IGAC não tem capacidade (para quê que existe), muito menos a DGPC que não tem qualquer vocação para inquéritos.
Infelizmente os irresponsáveis continuam a ter grandes gabinetes de comunicação para mentirem aos cidadãos que os pagam. Coloca-se uma única e pequena questão, como é possível num local estarem 42 garrafas de propano de 45 Kg. Uma loucura capaz de explodir com todo o convento, e o mais estranho é terem convidado 3 bombeiros para assistir à ilegalidade/insanidade. Para se perceber o perigo que representa a presença de garrafas de gás veja-se o art. 3.º da Portaria 460/2001 que estipula:
Colocação das garrafas
1 - Não é permitida a existência, no interior de cada fogo, garagem ou anexo de habitação, área comercial ou outros serviços, de mais de quatro garrafas cheias ou vazias, cuja capacidade global exceda 106 dm3, não devendo existir mais de duas garrafas por compartimento.
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