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EDP vai cortar na segurança das barragens

Empresa pretende reduzir gastos dos atuais 2,5 milhões para 1 milhão por ano, substituindo meios humanos por eletrónicos e lançou um concurso para tal, levantando dúvidas sérias sobre a segurança das infraestruturas.

O plano da EDP, revela hoje o Diário de Notícias, é reorganizar o sistema de segurança da rede nacional de barragens substituindo, "na maioria dos postos, a segurança humana por vigilância eletrónica."

A ser concluído em setembro deste ano, o caderno de encargos da reestruturação prevê a criação de "centrais agregadoras", o que significa, segundo informação recolhida pelo jornal com fontes que não se quiseram identificar, "que vão manter o mesmo número de vigilantes que tinham mas que vão ter de vigiar também, por via eletrónica, todas as outras da mesma rede".

Por isso, receiam que "a segurança fique fragilizada, tendo em conta a distância entre as barragens e a demora numa intervenção humana, caso seja necessária". Para mais, "nem estão a ser exigidos às empresas concorrentes de segurança privada o equipamento que a lei exige para as infraestruturas críticas".

Questionada pelo jornal, a EDP não respondeu sobre estas críticas alegando apenas que a rede sairá "com a segurança reforçada".

A segurança das barragens é, pela sua natureza, um elemento crítico para o país, obrigando a lei a medidas específicas que previnam atos de sabotagem, atentados e desastres naturais (sismos, por exemplo). Por isso, qualquer alteração ao dispositivo de segurança de forma unilateral, como parece estar a acontecer, deveria obrigar a uma intervenção das autoridades e do governo.

A substituição de meios humanos por eletrónicos "não é a melhor solução", afirma Francisco Rodrigues, coronel da GNR na reserva e professor de mestrado de Segurança, porque "o elemento humano é indispensável para a realização de determinadas funções na fase de intervenção, na resposta a incidentes, a acidentes e a ameaças ou riscos, ainda hoje não é substituível por máquinas ou tecnologias".

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