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CGD: dívida a 10% de juros é "capricho" da Comissão Europeia

"O primeiro-ministro disse no debate quinzenal que entre o interesse da Comissão Europeia ou o interesse do país preferiria sempre o interesse do país. Pois bem, nós entendemos que esta emissão de dívida rege-se apenas pelo interesse da Comissão Europeia contra o interesse da CGD e contra o interesse do país."
Caixa Geral de Depósitos
Caixa Geral de Depósitos

Mariana Mortágua criticou esta manhã em declarações à comunicação social a recapitalização da Caixa Geral de Depósito com juros a 10%, um "capricho" de Bruxelas "lesivo para os interesse do banco público" que o governo não devia ter aceita.

A Caixa Geral de Depósitos emitiu hoje 500 milhões de euros de dívida perpétua junto de investidores institucionais, a uma taxa de juro de 10,75%, segundo a Bloomberg.

"O Bloco de Esquerda sempre defendeu que a capitalização é importante para a Caixa, para que fique em mãos públicas. Mas o processo de reestruturação e recapitalização não pode ser feito à custa nem dos trabalhadores nem dos balcões nem do próprio equilíbrio financeiro da CGD. Nós entendemos que 500 milhões de euros de dívida emitida a um juro de 10%, ou seja, 50 milhões de juros ao ano, é má emissão de dívida para a CGD."

E criticou os critérios utilizados pela Comissão Europeia, que definiram juros "que colocam em causa o interesse financeiro" do banco público.

"O primeiro-ministro disse no debate quinzenal que entre o interesse da Comissão Europeia ou o interesse do país preferiria sempre o interesse do país. Pois bem, nós entendemos que esta emissão de dívida rege-se apenas pelo interesse da Comissão Europeia contra o interesse da CGD e contra o interesse do país."

"Entendemos que a segunda emissão de dívida perpétua (a realizar ainda este ano por um valor semelhante) não deve ser realizada, e que quanto à emissão já realizada, a Caixa deve fazer tudo para que no prazo de cinco anos possa amortizar toda esta dívida que penaliza o banco público."

O défice de 2,1% "não passa de uma meta para Bruxelas ver"

Questionada sobre a confirmação do Instituto Nacional de Estatísticas do défice de 2,1% em 2016, Mariana Mortágua classificou-o como um exercício inconsequente: "Um défice abaixo do limite de Bruxelas de 3%; abaixo do previso no Orçamento de Estado para 2016 de 2,5%, não é mais do que uma meta que corresponde a um capricho da Comissão Europeia", disse.

E afasta a ideia de que este défice vai permitir que Portugal credibilidade institucional porque, diz, "as instituições europeias são movidas por um desejo dogmático de consolidação orçamental para além daquilo que é exequível em qualquer economia."

"Este défice é feito à custa de despesa que não é realizada no serviço nacional de saúde, à custa da escola pública e à custa de investimento na economia que não é realizado. Num momento em que Portugal tem neste momento o melhor saldo primário da Europa. O problema de Portugal não é um problema de finanças públicas."

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