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Catarina: Rio quer garantir que nada é feito sem o acordo da direita

No fórum sobre Educação, a coordenadora bloquista afirmou que “municipalização não é sinónimo nem de descentralização nem de democracia” e acusou o líder do PSD de querer dar à direita o veto de todas as políticas.
“Municipalização não é sinónimo nem de descentralização nem de democracia”, afirmou Catarina Martins no encerramento do fórum sobre Educação – foto de Nuno Fox/Lusa
“Municipalização não é sinónimo nem de descentralização nem de democracia”, afirmou Catarina Martins no encerramento do fórum sobre Educação – foto de Nuno Fox/Lusa

Catarina Martins interveio no final do fórum sobre Educação, promovido pelo Bloco de Esquerda, que decorreu ao longo deste sábado, 17 de fevereiro, na Escola Secundária Maria Amália Vaz de Carvalho, em Lisboa.

Municipalização não é sinónimo nem de descentralização nem de democracia”

Em defesa da Escola Pública, a coordenadora bloquista defendeu que “a resposta central não é uma municipalização, que não é descentralização, mas é a gestão democrática das escolas”.

“Quando pensamos na Escola Pública pensamos em muito mais do que o currículo ou os meios, pensamos no próprio país”, afirmou Catarina Martins, salientando que “quando discutimos a escola a tempo inteiro, não falamos apenas do tempo de trabalho, mas também falamos da emancipação das mulheres. Falamos também de segurança no espaço público para as crianças brincarem, responsabilidade que não é da Escola Pública mas passa por ela”.

Criticando a municipalização, Catarina Martins destacou que “municipalização não é sinónimo nem de descentralização nem de democracia” e considerou que “é chocante que se continue a falar de municipalização da Escola Pública sem ter em conta as desigualdades do território. Porque há municípios com mais meios do que outros”.

“70% dos municípios são pequenos, o que quer dizer que falta escala para conseguir gerir serviços públicos municipalizados. Por isso, vão criar-se concessões a privados que agreguem diferentes municípios”, argumentou Catarina Martins, alertando que:

“Municipalizar num país com municípios tão pequenos pode significar apenas a centralização dos serviços públicos em algumas empresas”.

"Rio quer um pacto que retire à esquerda qualquer hipótese de alterar a política"

"Rui Rio garantiu várias vezes no seu discurso, que Bloco Central nem pensar, mas que é preciso um acordo de regime para mudar o regime, para ter a certeza de que nada é feito sem o acordo da direita", criticou Catarina Martins.

"Ou seja, precisamos mesmo de uma mudança do regime político que tire qualquer capacidade à esquerda de definir políticas, e que dê à direita o veto de todas as políticas, sejam elas sobre a gestão democrática da escola, sobre o investimento ou sobre o salário e o trabalho no país", sublinhou.

"É como dizer que é preciso reformar o regime político e começar por garantir que o PSD consegue levar o regime político para casa", concluiu a coordenadora bloquista.

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