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Catalunha: altos funcionários em liberdade, estudantes ocupam reitoria

Os altos funcionários do governo catalão saíram em liberdade. Estudantes manifestaram-se em Barcelona e ocuparam a reitoria da Universidade por tempo indeterminado.
Foto sindicatcos.cat/Twitter

Por entre aplausos e saudações do nº 2 do governo e da presidente do parlamento, foram libertados esta sexta-feira os últimos altos funcionários do governo catalão detidos há dois dias. Ao contrário das notícias veiculadas nos últimos dias, a justiça espanhola deixou cair a acusação de atentado à segurança do Estado, a mais pesada no que toca a penas previstas, mantendo as de desobediência, prevaricação e desvio de fundos por estarem associados aos preparativos para a realização do referendo do dia 1 de outubro.

“Amigos e companheiros que foram libertados após uma detenção injusta e abusiva: a vossa dignidade é a sua vergonha”, afirmou o chefe de governo, Carles Puigdemont, no Twitter.

Também esta sexta-feira, o governo catalão anunciou a passagem das responsabilidades da comissão eleitoral nomeada para o referendo, após o Tribunal Constitucional ter decretado multas de 12 mil euros por dia aos seus membros, caso não renunciassem a essa função. Todos acabaram por renunciar, tendo o governo catalão solicitado a passagem de testemunho a organismos académicos e internacionais para garantir a realização do referendo.

O governo da Catalunha divulgou também na quinta feira um novo site na internet - após os anteriores terem sido bloqueados por ordem judicial – que informa os eleitores onde poderão exercer o seu direito de voto no referendo.

A delegação do governo espanhol na Catalunha notificou os diretores de escolas de que podem vir a sofrer “responsabilidades penais” caso coloquem à disposição dos organizadores do referendo as instalações escolares.

Na manhã de sexta-feira, a maior mobilização surgiu dos estudantes da Universidade de Barcelona e da Universidade Politécnica da Catalunha, que se manifestaram no centro da cidade pedindo liberdade para os detidos e respeito pela democracia.

A manifestação terminou junto à reitoria, que se encontra agora ocupada pelos estudantes por tempo indeterminado.

Reforço da polícia espanhola: "Nenhuma intimidação irá parar nada", diz porta-voz da Generalitat

O aumento da repressão pelo Estado espanhol é bem visível pelo reforço da presença policial, com a transferência de milhares de polícias para a Catalunha. Os defensores do referendo falam em “provocação” por parte de Madrid e sublinham que o ambiente pacífico dos protestos não justifica a ocupação da Catalunha pela polícia espanhola. O grupo parlamentar do Podemos já questionou o governo sobre o custo desta mega-operação policial que vai intensificar-se ainda mais nas próximas semanas.

Em conferência de imprensa realizada esta sexta-feira, o porta-voz do governo catalão não afastou a hipótese do Estado espanhol vir a prender os membros do governo. “Do Estado espanhol, tirando a política e o diálogo, podemos esperar tudo. Mas estamos muito tranquilos. Nenhuma coação ou intimidação irá parar nada. Isto agora está nas mãos das pessoas”, afirmou Jordi Turull.

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