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Catalunha: altos funcionários em liberdade, estudantes ocupam reitoria
Por entre aplausos e saudações do nº 2 do governo e da presidente do parlamento, foram libertados esta sexta-feira os últimos altos funcionários do governo catalão detidos há dois dias. Ao contrário das notícias veiculadas nos últimos dias, a justiça espanhola deixou cair a acusação de atentado à segurança do Estado, a mais pesada no que toca a penas previstas, mantendo as de desobediência, prevaricação e desvio de fundos por estarem associados aos preparativos para a realização do referendo do dia 1 de outubro.
❗️Els nostres companys detinguts surten en llibertat. Mai podran aturar la democràcia! #LaLlibertatNoEsJutja pic.twitter.com/8GEWgzGFg5
— Esquerra Republicana (@Esquerra_ERC) September 22, 2017
“Amigos e companheiros que foram libertados após uma detenção injusta e abusiva: a vossa dignidade é a sua vergonha”, afirmou o chefe de governo, Carles Puigdemont, no Twitter.
Amics i companys que heu estat alliberats després d'una detenció injusta i abusiva: la vostra dignitat és la seva vergonya #1Oct
— Carles Puigdemont (@KRLS) 22 de setembro de 2017
Também esta sexta-feira, o governo catalão anunciou a passagem das responsabilidades da comissão eleitoral nomeada para o referendo, após o Tribunal Constitucional ter decretado multas de 12 mil euros por dia aos seus membros, caso não renunciassem a essa função. Todos acabaram por renunciar, tendo o governo catalão solicitado a passagem de testemunho a organismos académicos e internacionais para garantir a realização do referendo.
O governo da Catalunha divulgou também na quinta feira um novo site na internet - após os anteriores terem sido bloqueados por ordem judicial – que informa os eleitores onde poderão exercer o seu direito de voto no referendo.
A delegação do governo espanhol na Catalunha notificou os diretores de escolas de que podem vir a sofrer “responsabilidades penais” caso coloquem à disposição dos organizadores do referendo as instalações escolares.
Na manhã de sexta-feira, a maior mobilização surgiu dos estudantes da Universidade de Barcelona e da Universidade Politécnica da Catalunha, que se manifestaram no centro da cidade pedindo liberdade para os detidos e respeito pela democracia.
A manifestação terminou junto à reitoria, que se encontra agora ocupada pelos estudantes por tempo indeterminado.
Les estudiants ocupen, a Barcelona, el rectorat de la UB de forma permanent en defensa del #referèndumCAT @COS_UB @SEPC_nacional pic.twitter.com/0S1r3yznPt
— COS Països Catalans (@COSnacional) September 22, 2017
Milers d'universitàries segueixen al rectorat de la UB mantenint l'ocupació indefinida #BCN #1oct #ReferèndumCat pic.twitter.com/ORnfRy65Ck
— ferran #resiliència (@ferranmanlleu) September 22, 2017
Reforço da polícia espanhola: "Nenhuma intimidação irá parar nada", diz porta-voz da Generalitat
O aumento da repressão pelo Estado espanhol é bem visível pelo reforço da presença policial, com a transferência de milhares de polícias para a Catalunha. Os defensores do referendo falam em “provocação” por parte de Madrid e sublinham que o ambiente pacífico dos protestos não justifica a ocupação da Catalunha pela polícia espanhola. O grupo parlamentar do Podemos já questionou o governo sobre o custo desta mega-operação policial que vai intensificar-se ainda mais nas próximas semanas.
Em conferência de imprensa realizada esta sexta-feira, o porta-voz do governo catalão não afastou a hipótese do Estado espanhol vir a prender os membros do governo. “Do Estado espanhol, tirando a política e o diálogo, podemos esperar tudo. Mas estamos muito tranquilos. Nenhuma coação ou intimidação irá parar nada. Isto agora está nas mãos das pessoas”, afirmou Jordi Turull.
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