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Bloco insistirá na requalificação ambiental do Cachão
Um ano depois do grupo parlamentar do Bloco de Esquerda ter visitado o ex-Complexo Agro-Industrial do Cachão, Catarina Martins voltou esta quarta-feira ao local, para verificar os trabalhos de remoção dos lixos que permanecem no local.
Parte do Complexo transformou-se numa lixeira a céu aberto depois de algumas empresas terem abandonado a região, deixando milhares de toneladas de lixo nos armazéns, nomeadamente plástico. Não só o lixo acumulado provocou uma queda abrupta das qualidade de vida na aldeia do Cachão, como representa um risco alto de incêndio de longa duração, algo que o deputado Pedro Soares qualificou como uma "bomba ambiental".
Em 2013, um incêndio permaneceu em combustão durante um ano. Já desde o incêndio de fevereiro de 2016, o lixo permanece em combustão lenta até hoje, espalhando partículas tóxicas por toda a zona, com consequências para a saúde pública que são, neste momento, impossíveis de prever.
Para Catarina Martins, em primeiro lugar “é preciso compreender que é necessário limpar isto. Estão plásticos aqui em combustão lenta há praticamente dois anos, o que representa um perigo grave para a saúde pública. Disseram-nos que iam começar a retirar mas percebemos que esse processo está a ser muito lento”.
"Depois, é necessário um projeto de requalificação ambiental desta zona. Não podemos deixar ao abandono uma zona onde vive gente. Os problemas ambientais são graves e não podemos fechar os olhos”, disse.
E relembrou que “aqui vive gente que tem direito a condições ambientais e de saúde pública como todas as outras pessoas. Para além disso, deve dizer-se, estamos numa das zonas mais bonitas do país e é um crime que se deixe esta zona ao abandono”.
“Infelizmente, no interior há problemas que se arrastam tempo demais, porque não se olha com o cuidado suficiente para eles. Temos abandonado demasiado o território”, diz Catarina Martins, fruto de “políticas que não respondem pela população e fazem desertificação”, mas é também “a lentidão de processos como este que são essenciais para a saúde pública das populações”.
"Não é a primeira vez que levamos esta questão à Assembleia da República", acrescentou. "Levaremos as vezes que forem necessárias até o problema se resolver. A retirada de material está a ser um processo lento” mas, após a sua remoção, o Bloco vai “insistir na requalificação da zona”, concluiu.
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