You are here

Bloco insistirá na requalificação ambiental do Cachão

No ex-Complexo Agro-Industrial, em Mirandela, o lixo plástico permanece em combustão lenta desde o incêndio de fevereiro de 2016. Catarina Martins considera que processo de remoção tem de acelerar e insiste na necessidade de requalificação desta zona "onde vive gente".
Manuel Strecht Monteiro, médico e mandatário nacional do “Movimento pelo Sim”, no referendo do aborto de 2007, acompanhou a visita do Bloco ao ex-complexo industrial do Cachão, em Trás-os-Montes.
Manuel Strecht Monteiro, médico e mandatário nacional do “Movimento pelo Sim”, no referendo de 2007 sobre a despenalização do aborto, acompanhou a visita do Bloco ao Complexo do Cachão. Foto de Paulete Matos.

Um ano depois do grupo parlamentar do Bloco de Esquerda ter visitado o ex-Complexo Agro-Industrial do Cachão, Catarina Martins voltou esta quarta-feira ao local, para verificar os trabalhos de remoção dos lixos que permanecem no local. 

Parte do Complexo transformou-se numa lixeira a céu aberto depois de algumas empresas terem abandonado a região, deixando milhares de toneladas de lixo nos armazéns, nomeadamente plástico. Não só o lixo acumulado provocou uma queda abrupta das qualidade de vida na aldeia do Cachão, como representa um risco alto de incêndio de longa duração, algo que o deputado Pedro Soares qualificou como uma "bomba ambiental". 

Em 2013, um incêndio permaneceu em combustão durante um ano. Já desde o incêndio de fevereiro de 2016, o lixo permanece em combustão lenta até hoje, espalhando partículas tóxicas por toda a zona, com consequências para a saúde pública que são, neste momento, impossíveis de prever.

Para Catarina Martins, em primeiro lugar “é preciso compreender que é necessário limpar isto. Estão plásticos aqui em combustão lenta há praticamente dois anos, o que representa um perigo grave para a saúde pública. Disseram-nos que iam começar a retirar mas percebemos que esse processo está a ser muito lento”. 

"Depois, é necessário um projeto de requalificação ambiental desta zona. Não podemos deixar ao abandono uma zona onde vive gente. Os problemas ambientais são graves e não podemos fechar os olhos”, disse. 

E relembrou que “aqui vive gente que tem direito a condições ambientais e de saúde pública como todas as outras pessoas. Para além disso, deve dizer-se, estamos numa das zonas mais bonitas do país e é um crime que se deixe esta zona ao abandono”. 

“Infelizmente, no interior há problemas que se arrastam tempo demais, porque não se olha com o cuidado suficiente para eles. Temos abandonado demasiado o território”, diz Catarina Martins, fruto de “políticas que não respondem pela população e fazem desertificação”, mas é também “a lentidão de processos como este que são essenciais para a saúde pública das populações”. 

"Não é a primeira vez que levamos esta questão à Assembleia da República", acrescentou. "Levaremos as vezes que forem necessárias até o problema se resolver. A retirada de material está a ser um processo lento” mas, após a sua remoção, o Bloco vai “insistir na requalificação da zona”, concluiu.

Termos relacionados Ambiente
(...)