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Apoios à proteção da floresta excluíram Trás os Montes e Alto Douro

Nenhuma das candidaturas da região submetidas ao Programa de Desenvolvimento Rural foi aprovada. Proprietários florestais dizem que situação é “inaceitável”.
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Foto Barreira6/Flickr

Reunidas em Murça, oito organizações de proprietários florestais denunciaram mais um aspeto do polémico processo de atribuição de fundos europeus do Programa de Desenvolvimento Rural 2020 (PDR 2020) para melhorar a resiliência e o valor ambiental das florestas portuguesas.

Segundo estas entidades, citadas pela agência Lusa, nenhum dos projetos apresentados pela região de Trás-os-Montes e Alto Douro teve luz verde do PDR 2020, deixando-a "sem apoios ao investimento na floresta". E acrescentam que na região Norte do país, apenas “seis de 234 candidaturas” foram aprovadas, num total de “apenas 475 mil euros”, quando o conjunto destas candidaturas propunha um investimento de 22 milhões de euros.

"Esta situação, independentemente das opções de gestão do programa PDR 2020 que a originam, é inaceitável qualquer que seja a abordagem que se considere", diz a carta aberta  subscrita pela Associação Florestal do Vale do Douro Norte (Aflodounorte), Associação dos Produtores em Proteção Integrada de Trás-os-Montes e Alto Douro (APPITAD), a Associação Agroflorestal e Ambiental da Terra Fria Transmontana (ARBOREA), o Centro de Gestão Agrícola Terra Viva, o Centro de Gestão da Empresa Agrícola do Marão, o Centro de Gestão da Empresa Agrícola do Vale do Tua, a IbericAgroflorest e a Silvidouro.

Os representantes de proprietários florestais da Trás-os-Montes e Alto Douro querem que o ministro da Agricultura faça a  "imediata apreciação da situação e [tome] medidas no sentido de a corrigir".

“É incompreensível como se permite uma gestão do programa de incentivos ao investimento na floresta produzir resultados tão absurdos pelo desequilíbrio territorial que manifestam”, acusam as entidades subscritoras desta carta aberta.

Quando foram conhecidos os resultados do processo, o governo alegou a falta de verbas como a principal razão para o chumbo de centenas de candidaturas ao Programa de Desenvolvimento Rural 2014-2020, no âmbito da proteção da floresta. O deputado bloquista Pedro Soares pediu explicações ao governo, criticando o facto de o mesmo PDR 2020 prever o financiamento de 9 milhões de euros para a plantação de eucaliptos.

Outra queixa surgiu da parte do vice-presidente da Câmara de Mação, denunciando o chumbo de todas as candidaturas propostas pelo seu concelho, que este verão foi novamente afetado pelos incêndios florestais.

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