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Transgénicos pela multinacional Monsanto
A Monsanto é uma empresa multinacional, especializada em biotecnologia vegetal. É actualmente uma das maiores empresas mundiais do comércio de transgénicos e teve, em 2005, negócios no valor de 5,4 mil milhões de dólares. O seu slogan é "Alimentos em abundância em um meio ambiente saudável".
Publicamos aqui o folheto "Transgénicos. Para ter opinião tem que ter informação.", do site da Monsanto Brasil.
A Monsanto ficou conhecida internacionalmente por ter concebido e produzido o "agente laranja", herbicida que ficou tristemente famoso pelo seu uso pelo exército americano na guerra do Vietname, provocando graves doenças, devido a uma dioxina cancerígena. Ainda hoje os efeitos do "agente laranja" afectam a população vietnamita e antigos soldados americanos.
1. O que são os transgénicos ou plantas geneticamente modificadas?
Transgénicos, também conhecidos como organismos geneticamente modificados, são plantas que receberam genes desejáveis de uma outra espécie, o que não seria possível apenas com o melhoramento genético clássico. No milho, por exemplo, cientistas utilizaram a tecnologia para inserir um gene que o tornou resistente a alguns tipos de pragas comuns nesse cultivo. Com isso, esse milho dispensa a aplicação de alguns insecticidas, diminuindo em muito o uso desses agrotóxicos, beneficiando o meio ambiente. Outros exemplos são a soja, o trigo, a canola e o algodão tolerantes a um tipo de herbicida ou resistentes a pragas. Hoje, as plantas transgénicas já são uma realidade em 18 países, entre eles os EUA, Canadá, Argentina, África do Sul, Índia, China, Colômbia e Espanha, nos quais já existem 67,7 milhões de hectares plantados. A tendência é que esse número aumente cada vez mais, já que essa tecnologia permite reduzir os custos de produção, preservar mais o meio ambiente e, no futuro, produzir mais e melhores alimentos.
2. Segurança para o meio ambiente hoje e no futuro
O cultivo das plantas transgénicas ajuda a aumentar a produtividade agrícola e contribui para a conservação dos ecossistemas, da biodiversidade, da vida selvagem e das florestas para as gerações futuras. Outro ponto importante é a possibilidade de produzir mais no mesmo espaço de terra, evitando-se a devastação de novas áreas. A diminuição do número de aplicações de agrotóxicos nas plantas transgénicas em relação às plantas convencionais é tão significativa que, segundo estudos do NCFAP, os EUA podem colher 7 milhões de toneladas de alimentos a mais, utilizando 80 mil toneladas a menos de pesticidas. O algodão transgénico, por exemplo, foi responsável pela economia de 1,6 mil toneladas de matérias-primas e de 5,6 milhões de litros de óleo combustível, além de diminuir o total de lixo industrial. Por ser mais eficiente, essa tecnologia também auxilia na diminuição da acumulação de agrotóxicos nos rios e águas costeiras.
3. Segurança alimentar
Hoje, estima-se que mais de 2 biliões de pessoas consumam transgénicos em todo o mundo, sem nenhum registro de dano para a saúde humana ou animal. Esses resultados foram obtidos em mais de 20 anos de pesquisas por várias instituições reconhecidas mundialmente, como a Organização para Alimentos e Agricultura (FAO/ONU), a Organização Mundial da Saúde (OMS), academias de ciência em vários países do mundo. No Brasil, instituições respeitadas, como Embrapa, Coodetec e universidades, também desenvolvem trabalhos nas áreas de Segurança Ambiental e Alimentar das plantas transgénicas. Há, ainda, muitas pesquisas sendo realizadas por empresas privadas e públicas, instituições e universidades de vários países para o desenvolvimento de plantas enriquecidas com vitaminas e substâncias que vão melhorar muito a qualidade de vida de todos nós. Hoje em dia já existem plantas enriquecidas com vitamina A, um elemento essencial para a prevenção da cegueira, por exemplo. E possibilidades futuras poderão surgir como:
- Frutas que permanecem maduras por mais tempo;
- Plantas que funcionam como vacinas, combatendo doenças que afectam milhões de pessoas em todo o mundo, como a diarreia.
4. Uma saída para os países em desenvolvimento
Segundo o recente artigo da FAO, "World Agriculture: towards 2015/2030 - summary report 2003", os alimentos transgénicos também podem ser mais uma alternativa no combate à fome e à pobreza nos países em desenvolvimento. Existem pesquisas para a criação de variedade de plantas com resistência ou tolerância a secas, salinidade do solo, insetos e doenças, problemas comuns nesses países.
Segundo exemplo citado no artigo da FAO, após 3 anos, quando o governo chinês autorizou o cultivo comercial do algodão transgénico, a área plantada foi expandida de 2 mil para 70 mil hectares, o consumo de insecticida foi reduzido em 80%, o custo de produção por quilo caiu 28% e a produtividade por hectare aumentou. Tudo isso diminuindo o risco à saúde do lavrador em mais de 15%.
O arroz com vitamina A é outro exemplo de alimento transgénico que seria útil nos países em desenvolvimento, citado em artigo dos médicos infectologistas Vicente Amato Neto, professor emérito da Faculdade de Medicina da USP, e Jacyr Pasternak, doutor em medicina pela Unicamp, publicado na Folha de São Paulo em 29/05/2003. Segundo eles, "as áreas em desenvolvimento talvez tenham mais a lucrar com os transgénicos do que as desenvolvidas. O arroz com vitamina A, lembramos como ilustração, não encontra mercado satisfatório nos países ricos, já que lá ninguém precisa dele, contudo seria algo útil aqui ou na África".
5. Investimentos em pesquisa
Há anos a Monsanto vem investindo em pesquisa e desenvolvimento de produtos derivados da biotecnologia agrícola, facilitando o trabalho do agricultor no campo e aumentando sua produtividade. O pagamento feito pelo uso da tecnologia Roundup Ready permite à Monsanto continuar investindo em novas e melhores soluções para a agricultura. O que não a difere de outras empresas de produtos que envolvem propriedade intelectual, como softwares, CDs, etc.
O pagamento fecha o ciclo contínuo para que o desenvolvimento de novas tecnologias seja a favor da agricultura ou da sociedade.
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