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Sobre aspectos da situação em Cuba

É ao povo cubano que compete, soberanamente, tomar as decisões que considere mais adequadas para prosseguir a construção do socialismo, consolidar as conquistas alcançadas e defender a soberania e a integridade territorial do seu país, diz a nota do Gabinete de Imprensa do PCP.
Havana. Foto de ilkerender

Em resposta a vários pedidos de diferentes órgãos de Comunicação Social, sobre aspectos da situação em Cuba, o Gabinete de Imprensa do PCP entendeu divulgar a seguinte nota.

É ao povo cubano que compete, soberanamente, tomar as decisões que considere mais adequadas para prosseguir a construção do socialismo, consolidar as conquistas alcançadas e defender a soberania e a integridade territorial do seu país.

Não se pronunciando sobre decisões de natureza económica em curso em Cuba, importa sublinhar que a deliberada distorção difundida para apresentar como despedimentos o processo de reorganização de actividade com “reorientação laboral de trabalhadores para outros postos de trabalho” e “outras formas de relação laboral não estatal como o arrendamento, o usufruto, cooperativas e trabalho por conta própria”, mantendo em muitas situações a mesma actividade que exerciam com a garantia dos direitos e apoios sociais, como salienta a Central dos Trabalhadores de Cuba, tem por objectivo não apenas prolongar o ataque a Cuba, como procurar justificar a ofensiva dirigida no nosso país contra os trabalhadores com vista à liquidação de direitos e o aumento da exploração.

Quanto às recentes medidas de “actualização do modelo económico” em vigor, num momento em que o mundo é sacudido por uma violenta crise do capitalismo, há razões para confiar que uma revolução que tem heroicamente resistido ao criminoso bloqueio dos EUA e que já por duas vezes se viu forçada a reestruturar a sua economia – após a libertação do colonialismo norte-americano e na sequência das derrotas do socialismo na URSS e Leste da Europa – enfrentará com êxito novos problemas surgidos no seu desenvolvimento, e as exigências de afirmação do seu projecto de construção do socialismo.

Sexta 17 de Setembro de 2010

Neste dossier:

Despedimentos em Cuba

O anúncio de que cerca de um milhão de empregados públicos vão perder os seus empregos em Cuba, metade dos quais até Março de 2011, significa a maior mudança económica e social no país desde 1960.

Governo cubano exigirá eficiência e produtividade aos seus empregados

Pagará indemnização de 60% do salário durante 5 meses aos despedidos que não encontrarem ocupação. Por Gerardo Arreola, correspondente em Havana do La Jornada.

Arranca o “novo modelo cubano” com mais de meio milhão de despedimentos

A nova política laboral elimina o subsídio de desemprego. O Estado irá manter áreas estratégicas como o petróleo, a biotecnologia e o turismo entre outras. Por Gerardo Arreola, correspondente em Cuba do La Jornada

Nuvens de tempestade capitalista sobre Havana

Depois de o governo anunciar que vai cortar 1 milhão de postos de trabalho, metade até Março de 2011, diz aos trabalhadores cubanos que se tornem empresários, numa aposta para ampliar o sector privado da ilha. Por Rory Carroll, correspondente da América Latina do Guardian

Cuba prepara-se para privatização limitada

No ”novo modelo” serão legalizadas actividades profissionais até agora consideradas como mercado negro. Por Geraldo Arreola, correspondente em Cuba do La Jornada.

O despedimento de um milhão de trabalhadores

Em todo o lugar, em todo o tempo, são precisos sindicatos que falem livremente pelos trabalhadores e que lutem pelos seus interesses, sem se subordinar aos Estados.

Democracia e autogestão como forças produtivas

Quem discutiu previamente as actuais medidas que permitem vender propriedades a estrangeiros, por 99 anos, que permitem a construção de uma grande quantidade de campos de golfe, que eliminam totalmente o magro subsídio de desemprego? Por Guillermo Almeyra, La Jornada, México.

O perigo é que Cuba acabe a parecer-se o final da URSS

O diagnóstico de Fidel Castro sobre a crise está ligado à necessidade urgente de mudanças na ilha. Estima-se que apenas cem mil conseguirão outro emprego, e em actividades por conta própria de destino incerto. Por Marcelo Cantelmi, do Clarín

Sobre aspectos da situação em Cuba

É ao povo cubano que compete, soberanamente, tomar as decisões que considere mais adequadas para prosseguir a construção do socialismo, consolidar as conquistas alcançadas e defender a soberania e a integridade territorial do seu país, diz a nota do Gabinete de Imprensa do PCP.

"Reduzir os gastos sociais abusivos"

“É necessário elevar a produção e a qualidade dos serviços, reduzir os gastos sociais abusivos e eliminar gratuitidades indevidas, subsídios excessivos, o estudo como fonte de emprego e a aposentação antecipada”, diz a Central dos Trabalhadores de Cuba. Leia a íntegra do documento.

Entrevista: Para onde vai Cuba?

Sam Farber é um socialista veterano nascido e criado em Cuba. Ele é o autor de numerosos artigos e livros sobre o país, incluindo As Origens da Revolução Cubana Reconsideradas. Falou com Alan Maass, do Socialist Worker, sobre o significado do anúncio de layoff - e sobre o futuro para Cuba.