Está aqui

O topo da distribuição dos rendimentos em Portugal

Portugal era, em 2010, o país da UE-27 que apresentava uma maior concentração do rendimento nos grupos do topo da distribuição. Por Frederico Cantante

Vários estudos têm vindo a chamar a atenção para o aumento das desigualdades económicas verificado nas últimas décadas no conjunto de países da União Europeia e da OCDE.

Um dos fenómenos que motiva essa tendência prende-se com o avolumar da concentração do rendimento nos grupos do topo da distribuição, nomeadamente nos 1% mais ricos.

Portugal era, em 2010, o país da UE-27 que apresentava uma maior concentração do rendimento nos grupos do topo da distribuição. Interessa por isso promover um olhar sobre essa latitude da distribuição dos recursos económicos, combinando várias fontes de informação e perspetivas de análise.

Aceda à apresentação da comunicação O topo da distribuição dos rendimentos em Portugal em pdf


Nota:

Frederico Cantante é licenciado em Sociologia e em Direito e frequenta o Programa de Doutoramento em Sociologia do CIES-IUL. É assistente de investigação do CIES-IUL e membro da equipa de investigação permanente do Observatório das Desigualdades.

(...)

Neste dossier:

Desigualdade e Pobreza em Portugal

Neste dossier, divulgamos os materiais apresentados no colóquio “Desigualdade e Pobreza”, promovido pelo Bloco de Esquerda e que teve lugar no passado dia 16 de março em Lisboa. Incluímos também as notícias e vídeos que já tinham sido publicados pelo esquerda.net

Portugal apresenta níveis de desigualdade muito superiores à média da União Europeia

Em entrevista ao esquerda.net, o professor Farinha Rodrigues salienta que o nosso país é um dos mais desiguais da UE, realçando que houve uma ligeira redução das desigualdades até 2009, devido às políticas sociais de combate à pobreza, nomeadamente o RSI ou o complemento social para os idosos. Sublinhando que o sistema fiscal podia ser mais redistributivo, alerta que medidas do OE para 2013, como a redução dos escalões do IRS, reduzem a capacidade redistributiva, agravando assim as desigualdades.

Jovens qualificados e precariedade: dificuldades de concetualização e mensuração de um fenómeno relevante

A precariedade laboral é um conceito equívoco mas de utilização progressivamente alargada para caracterizar uma parcela significativa das relações laborais em Portugal e na Europa. Por Nuno de Almeida Alves

Desigualdades sociais e efeito cidade

Esta comunicação pretende demonstrar que, no contexto da globalização e da atual crise económica, não é possível entender plenamente a forma como as desigualdades se constituem e se reproduzem sem contemplar uma análise pertinente sobre os territórios e as cidades. Por Renato Miguel do Carmo

O topo da distribuição dos rendimentos em Portugal

Portugal era, em 2010, o país da UE-27 que apresentava uma maior concentração do rendimento nos grupos do topo da distribuição. Por Frederico Cantante

Pobreza e vulnerabilidades sociais na cidade de Lisboa

A comunicação apresentada pelo Observatório de Luta contra a Pobreza na cidade de Lisboa (OLCPL) visa contribuir para a reflexão e debate em torno de alguns temas que se consideram centrais na luta contra a exclusão social no Concelho. Por Catarina Cruz e Paulo Costa Santos

Porque falham os planos de combate à pobreza?

Alfredo Bruto da Costa, Presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz, apresentou esta comunicação no colóquio “Desigualdade e Pobreza em Portugal”, afirmando que é necessário assegurar um “ataque múltiplo e simultâneo às carências das famílias, dado que as mesmas estão interligadas e se reforçam”.

Quão desiguais e pobres somos nós? A desigualdade e a pobreza na sociedade portuguesa contemporânea

Neste texto, Nuno Alves alerta: “Num país tão desigual e injusto como é o nosso, a diminuição substancial da provisão pública de bens e a falência dos mecanismos de suporte social poderão condenar à miséria eterna uma parte muito significativa da população”.

“O essencial é a dignidade, e é isso que deve ser protegido”

Na sessão de encerramento do Colóquio “Desigualdade e Pobreza”, a coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, afirmou que "Vítor Gaspar, o ministro que fala devagar mas erra depressa", é o rosto da “proposta criminosa da ditadura do empobrecimento”.

“Se as políticas atuais se mantiverem, todos os ganhos sociais conquistados nos últimos anos serão perdidos”

Esta tarde, o Colóquio “Desigualdade e Pobreza” contou com a participação do economista Carlos Farinha Rodrigues, dos representantes do Observatório Luta contra a Pobreza na Cidade de Lisboa Catarina Cruz e Paulo Costa Santos e do Presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz Alfredo Bruto da Costa. Durante a sua intervenção, Carlos Farinha defendeu que “se as políticas atuais se mantiverem, todos os ganhos sociais conquistados nos últimos anos serão perdidos”.

Portugal, o país da UE com maior concentração do rendimento nos grupos do topo

Esta manhã teve início o Colóquio Desigualdade e Pobreza, com a intervenção de abertura do deputado municipal do Bloco João Bau e as apresentações de Nuno de Almeida Alves, Renato Miguel do Carmo e Frederico Cantante, investigadores do CIES/ISCTE que abordaram o tema, de diferentes perspetivas. Frederico Cantante referiu que: “Portugal era, em 2010, o país da UE-27 que apresentava uma maior concentração do rendimento nos grupos do topo da distribuição”.

Colóquio desigualdade e pobreza

A deputada Helena Pinto refere que este “colóquio é o início” de um trabalho, e assinala que “percebemos como mudou radicalmente o perfil dos sem-abrigo, como o desemprego destrói as vidas, como perder a casa é a angústia de velhos e de novos”.

"Querem destruir a democracia no garrote da dívida"

Catarina Martins fez a intervenção de encerramento do colóquio "Desigualdade e Pobreza", organizado pelo Bloco no Fórum Lisboa.