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Dossier Energia Nuclear

FALÊNCIA DO MODELO ENERGÉTICO
A emissão de gases ameaça o planeta. O preço do petróleo bate recordes, aproximando-se actualmente dos 80 dólares por barril, o maior valor de sempre. Vivemos uma crise do actual paradigma energético mundial, o qual assenta no uso de combustíveis fósseis, o petróleo, o carvão e o gás natural. Esta crise é simultaneamente energética, ambiental, geopolítica e democrática.  Dossier energia nuclear

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Crise energética: As reservas de combustíveis fósseis são, por definição, limitadas e sabe-se que não vão durar para sempre. A tendência para o aumento do consumo mundial de energia (em especial pelas economias emergentes, como a China e a Índia) vem acelerar o declínio destas reservas. Hoje aproximamo-nos se não do fim do petróleo pelo menos do fim do petróleo barato. Começa-se, assim, a colocar dúvidas na capacidade de garantir a segurança no abastecimento de energia e a preços comportáveis no consumidor (os objectivos históricos da política energética europeia). Este facto torna vulneráveis as economias dependentes destes recursos uma vez que os encargos com as importações tendem a crescer de forma imprevisível.

Crise ambiental: A queima dos combustíveis fósseis, para produção de electricidade ou como combustível para transportes, emite gases de efeitos de estufa (GEE), responsáveis pelas alterações climáticas e todos os efeitos associados (ambientais, sociais e económicos). Os compromissos assumidos no âmbito do protocolo de Quioto, nomeadamente a internalizaçao dos custos das emissões de CO2 (pelo comércio de emissões) aumentam os custos de produção e, consequentemente, dos preços junto do consumidor final: o incumprimento das metas acordadas para cada país vai-se traduzir num pesado encargo para a despesa pública. Outros problemas ambientais se podem também associar a este modelo energético: a contaminação dos recursos costeiros (ex. "marés negras") e hídricos, a poluição de solos, a acidificação da atmosfera (ex. chuvas ácidas), entre outros.

Crise geopolítica: as reservas de combustíveis fósseis, sobretudo do petróleo, estão concentradas em poucas regiões do mundo. O controlo dessas reservas (nomeadamente através da guerra, da instabilidade política dessas zonas, ...) por poucos faz com que a maioria dos países tenha dependência económica (e, em consequência, politica) do exterior.

Crise democrática: a produção centralizada de energia leva à constituição de monopólios "naturais" que controlam a produção e abastecimento. A propriedade e gestão do sector energético foi, então, durante largos períodos predominantemente pública. A partir dos anos 80 começa-se a impor as noções de competitividade do sector e de liberalização e utilização dos instrumentos de mercado, como substitutos da convencional planificação estatal. Prevê-se que com a abertura dos mercados energéticos, no médio-longo prazo, se assista à concentração empresarial do sector (após um curto período de aumento da concorrência): torna-se previsível o aumento das tarifas eléctricas (pela concertação entre empresas) que os grandes consumidores de energia sejam privilegiados e o desperdício energético incentivado, que a qualidade do serviço diminua (ex. apagões), ....

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Neste dossier:

Dossier Energia Nuclear

A emissão de gases ameaça o planeta. O preço do petróleo bate recordes, aproximando-se actualmente dos 80 dólares por barril, o maior valor de sempre. Vivemos uma crise do actual paradigma energético mundial, o qual assenta no uso de combustíveis fósseis, o petróleo, o carvão e o gás natural. Esta crise é simultaneamente energética, ambiental, geopolítica e democrática.

Informação sobre nuclear

Para saber mais e aprofundar conhecimento fornecemos um conjunto de ligações de informação geral, de agências do nuclear, de sites favoráveis à energia nuclear e de sites contrários a ela.

Opções energéticas

Não há uma saída milagrosa para a actual situação energética de Portugal. É necessária uma alteração profunda de política e um conjunto diversificado de medidas. A primeira prioridade passa por aumentar a eficiência energética e reduzir os consumos (reduzir a intensidade energética), sobretudo no sector dos transportes (exige políticas sérias de mobilidade e ordenamento do território, reduzindo-se o uso do veículo particular).

Desastres Nucleares

Chernobyl continua a marcar a história da energia nuclear e das terríveis consequências que pode ter. Muitos outros acidentes aconteceram na relativamente curta história da energia nuclear. 20 acidentes estão referenciados neste mapa, mas foram quatro os maiores desastres da energia nuclear: Chernobyl em 1986, Three Mile Island em 1979, Mayak em 1957 e Windscale também em 1957.

Situação energética

Portugal tem uma forte dependência externa de energia, elevada e crescente intensidade e um consumo sem controlo em edifícios e nos transportes. As emissões de gases de efeito de estufa têm aumentado muito para além do compromisso estabelecido no Protocolo de Quioto. O professor Delgado Domingos considerou numa comunicação de Fevereiro de 2006 que "Portugal tem muito baixa eficiência energética e ausência de uma politica energética coerente e sustentada que estimule a concorrência e a transparência do mercado".

Energia nuclear

A crise do modelo energético tem levado a uma busca de novas soluções. A opção nuclear ressurgiu. Um estudo publicado em 2003 pelo MIT, O Futuro da Energia Nuclear, admite que a energia nuclear poderá contribuir para minorar o problema das emissões de GEE, mas conclui: "não encontrámos e, com base no conhecimento actual, não cremos ser realista esperar que venham a existir novas tecnologias de reactores e de ciclos de combustível que simultaneamente ultrapassem os problemas relativos ao custo, segurança, resíduos e proliferação". Foto de picture-newsletter.com