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CGTP: "Enquanto houver Memorando, o país não tem futuro"
"Vamos ter um dia de farta participação cívica dos trabalhadores portugueses e dos trabalhadores europeus em geral. Vamos ter milhões de trabalhadores na Europa a dizer basta de austeridade, é preciso mudar de políticas", disse o líder da Inter lembrando que "não há memória de uma greve geral ibérica".
Em entrevista à agência Lusa, Arménio Carlos sublinhou que "enquanto tivermos este Memorando este país não tem futuro. A prova disso é que passado um ano temos um país mais pobre, temos um país progressivamente colonizado financeira e politicamente, o que fragiliza a democracia e põe em causa a democracia".
Confiante na forte adesão à greve, em protesto contra o assalto fiscal que vai cortar salários e pensões, o líder sindical afirma ainda que "os trabalhadores é que são os protagonistas desta greve geral e nas centenas de contactos feitas pelas estruturas sindicais, quer em plenários nas empresas, quer em encontros junto às empresas, os trabalhadores manifestaram o seu total apoio e disponibilidade para esta ação de luta, o que nos leva a crer que vamos ter uma grande greve geral".
"Se se preocupa com o país, o Governo deve pedir desculpa aos portugueses porque não cumpriu nenhuma das promessas que lhes fez. Disse, logo no início, quando aplicou o primeiro pacote de austeridade, que os sacrifícios iam valer a pena, mas não foi assim. Por isso precisa de ser responsabilizado", reclama o sindicalista.
Confederação Europeia de Sindicatos apoia protesto europeu
A secretária-geral da Confederação Europeia de Sindicatos também falou à Lusa sobre a jornada europeia de luta contra a austeridade, que inclui greves de 24 horas em Portugal e Espanha, de quatro horas em Itália e de três horas na Grécia, a par de manifestações e outras ações de protesto num total de 20 países europeus.
Para Bernadette Ségol, o que está em jogo "é o desmantelamento do modelo social, a capacidade negocial dos sindicatos e o enfraquecimento da proteção social e dos serviços públicos", direitos que levaram décadas a ser conquistados. Referindo-se às críticas de Angela Merkel contra as greves na Grécia, a líder sindical questiona-se: "Se as pessoas vêem todos os seus benefícios cortados e não serem tomadas medidas de fundo contra a fraude fiscal e a corrupção, devem calar-se? Se lhes foi prometido que haveria resultados e estes não aparecem, o que devem fazer? Percebo perfeitamente a reação do povo grego. As pessoas não são números, têm uma vida", sublinhou.
“Os países com mais sucesso em termos de competitividade, são os nórdicos. E porquê? Porque os governos levam o diálogo social a sério e negoceiam as soluções, não as impõem”, acrescentou Bernadette Ségol, lamentando que “apesar de os factos mostrarem que estas políticas não estão a resultar”, Bruxelas e os governos continuem a insistir na mesma "receita".
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