Fascista grego agride deputadas de esquerda ao vivo

Um deputado do partido fascista grego Aurora Dourada agrediu ao vivo, durante um debate na TV, a deputada comunista Liana Kanelli, que se levantou para enfrentá-lo, depois de o mesmo militante fascista ter atirado um copo de água à cara da deputada Rena Dourou, da Syriza.

De acordo com a agência AMNA, um procurador emitiu um mandado de prisão contra Ilias Kasidiaris. Depois de a emissão ter sido interrompida, o fascista ainda atacou funcionários do canal de TV Antenna, além de destruir uma porta.

A deputada da Syriza recordara, durante o debate, que Kasidaris é acusado de ter ajudado ao espancamento e roubo perpetrado por cinco pessoas contra um estudante universitário em 2007. Também é acusado de porte ilegal de armas. Mas o julgamento tem sido sucessivamente adiado.

Em comunicado, a Syriza disse que a agressão mostra o que é realmente o Aurora Dourada, “a verdadeira face de uma organização criminosa”, acrescentando que os sucessivos adiamentos dos julgamentos de membros da organização “permitem a continuação das suas atividades criminosas em impunidade”.

A Syriza anunciou também que não vai comparecer a quaisquer debates que tenham a presença de representantes do partido de extrema-direita.

Manifestações antifascistas

De acordo com a convocatória publicada em destaque no site Left.gr, da Syriza, estão convocadas manifestações antifascistas para esta sexta-feria em oito cidades da Grécia.

As manifestações são uma resposta ao “gang nazi Aurora Dourada, e às suas práticas fascista, xenófoba, sexista”.

A convocatória afirma que a única opção é “esmagar os fascistas e todos os que os apoiam”.

Recorde-se que numa entrevista depois de ter obtido quase 7% nas eleições, o líder do Aurora Dourada, Nikos Michaloliakos, referiu-se aos seus eleitores como “soldados” e disse que os ataques aos imigrantes e homossexuais, que “não são normais”, são uma consequência natural. Sustentou também que não houve câmaras de gás nem fornos nos campos de extermínio nazis da Segunda Guerra, afirmando que o assassinato de seis milhões de judeus “é uma mentira”.