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10 provas que a Padaria Portuguesa tem patrões do séc. XIX
1) “25% dos colaboradores estão com salários mínimos” – quando um em cada quatro trabalhadores recebe o salário mínimo já sabemos que os outros não ganham muito mais, até porque o ano passado não havia nenhum trabalhador a receber o salário mínimo (530€) e de um momento para o outro já são 80, numa empresa que faz mais de 10 milhões ao ano.
2)”O que nos interessa, não é esta agenda política, que só interessa aos políticos” – Nuno Carvalho acha que uma medida que melhora a vida de 20% dos trabalhadores do país é uma questão dos políticos.
3)”Queremos uma legislação laboral que promova a produtividade e que faça os trabalhadores receberem mais dinheiro à medida que os negócios evoluem” – pois, o velho truque do “a gente depois aumenta o salário quando achar que já tem os bolsos cheios”, esta já tem barbas, mas nem a OCDE o defende no seu último relatório sobre desigualdade.
4) “queremos é flexibilização da contratação e do despedimento, do horário extra de trabalho” – clássico: «o problema é haver contratos de trabalho e não se poder contratar à jorna como se fazia com os escravos». E, ainda por cima a malta ainda quer receber horas extra, uma vergonha. As 12h de trabalho diário é que serviam a Padaria Portuguesa.
5) “O mercado de trabalho de hoje é um entendimento entre o que a entidade patronal decide e os colaboradores também necessitam” – na selva, onde o leão é rei, as gazelas vivem muito mais contentes. Um célebre argumento para acabar com legislação laboral e com sindicatos, já agora.
6) “Esse entendimento é tácito hoje que não deve estar fechado a 40 horas semanais, só porque a lei o diz” – claro, que parvoice, como antes da luta pelas 8h de trabalho / 8h de descanso / 8h de lazer os patrões também achavam muito mal as pessoas terem direito a descansar… ou a dormir.
7) “que se tem de pagar horas extra com volumes de acrécimo que penalizam as organizações” – Nuno Carvalho acha que pagar horas extra é uma vergonha, porque devia poder pagar o mesmo do horário normal, ou mesmo nada, porque apesar de tudo ele tem 320 pessoas entretidas nas suas lojas.
8) “Estariamos interessados em medidas estruturais, não temporárias, que nos resolvessem estes problemas laborais” – problemas laborais que atingem essa classe de patrões que só faz mais de 10 milhões ao ano, coitadinhos, nem sabemos como é que esses trabalhadores a ganhar o salário mínimo dormem à noite a explorar estas pessoas.
9) “Até porque não há nenhuma entidade patronal que esteja interessada em pagar o salário mínimo” – excepto, claro, a Padaria Portuguesa.
10) ver as 9 anteriores.
Artigo publicado no site da Associação de Combate à Precariedade – Precários Inflexíveis
Comentários
No primeiro ponto, creio que
No primeiro ponto, creio que o Nuno Carvalho referiu "25% da massa salarial" e não "dos colaboradores". Se não estou em erro, significa "25% dos valores pagos". Portanto serão até muito mais do que os 25% de colaboradores a auferirem o salário mínimo, o que agrava a constatação.
Coincidência, José Diogo
Coincidência, José Diogo Quintela um dos sócios desta “coisa”, era o único membro dos Gato Fedorento, que é de direita.
É engraçado estarem a
É engraçado estarem a comentar esta entrevista aqui. Eu fiquei incrédulo com aquelas alarvidades.
O pior é que eu acho que aquele personagem nem tem a noção da gravidade do que defende.
Só para começar, se não quer pagar o horas extra, pode sempre contratar mais trabalhadores. Incentivar a criação de emprego é uma das razões das horas extra sairem mais caras ao empregador.
Podridão social
Como ninguém respeita os trabalhadores, nem ninguém os defende, é fácil em Portugal haver muitos empresários capitalistas, à custa de escravos. E o que se vê, é produtos que não valem nada, da pior qualidade, porque foram fabricados por incompetentes sem qualquer tipo de formação, sem qualquer tipo de educação para atender clientes, sem higiene pessoal e no local de trabalho, porque também o empresário não tem, nem cria condições de trabalho, para poupar, produtos e serviços péssimos e caríssimos. Conclusão: Patrão satisfeito, com os cofres cheios, empregados escravizados com 12 a 16 horas de trabalho diário, a troco de uma esmola e sem direitos nenhuns.
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