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Marisa Matias é candidata à Presidência da República
Em declaração ao esquerda.net, Marisa Matias afirma:
“Sim, sou candidata.
Vivemos momentos de expectativa e de esperança e, em momentos como estes, devemos saber interpretá-los e correr riscos.
A minha preferência - e a aposta para a qual o Bloco trabalhou - foi a de que existisse uma única candidatura à esquerda que juntasse forças. Se há três meses isso era viável, hoje esse cenário infelizmente não existe.
Ouvi muitas pessoas antes de tomar esta decisão.
Não me candidato para subtrair. Candidato-me para somar. Somar novas forças às outras forças, porque todas são necessárias para que o candidato da direita não ganhe a presidência, muito menos sem passar por um exigente debate democrático. Para que este país de nova esperança não volte para trás.
Há outras candidaturas que têm alguns objectivos comuns.
E eu tenho, como é natural, muitas coisas em comum com elas e, por mim, haverá debate franco mas nunca conflito com essas candidaturas.
Mas a verdade é que somos diferentes. E cada candidatura terá os seus apoios.
O que eu farei ou, pelo menos, tentarei fazer é mobilizar muitos votos que porventura não se mobilizariam por nenhuma das outras candidaturas. Assim, vou tentar somar votos que podem vir a revelar-se decisivos para que todo este vasto sector consiga ultrapassar os 50%
O que eu farei ou, pelo menos, tentarei fazer é mobilizar muitos votos que porventura não se mobilizariam por nenhuma das outras candidaturas. Assim, vou tentar somar votos que podem vir a revelar-se decisivos para que todo este vasto sector consiga ultrapassar os 50%.
Se conseguirmos, certamente estaremos todos/as unidos/as a apoiar aquele ou aquela que conseguir passar à segunda volta. E, assim, dotar Portugal de um/a Presidente que não seja uma mera continuação de Cavaco Silva.
Apresento-me para ampliar, apresento-me para mobilizar.
A seu tempo, farei a apresentação formal.
Esta será uma candidatura com pouca pompa, mas com muita circunstância.
Da minha parte contem com toda a clareza e com toda a força”.
Candidatura para mobilizar o eleitorado e desmascarar o conservadorismo do candidato da direita
A mesa nacional do Bloco de Esquerda aprovou uma resolução (leia aqui o seu conteúdo na íntegra), onde se aponta que “a três meses das eleições presidenciais registamos que não se afirmou nenhuma candidatura à esquerda suficientemente mobilizadora e abrangente para fazer frente à direita nestas eleições” e que, por isso o partido promoverá uma candidatura própria e indicou o nome de Marisa Matias para essa candidatura.
Candidatura de Marisa Matias contribuirá para mobilizar o eleitorado e desmascarar o conservadorismo do candidato da direita
O documento aponta que a candidatura da eurodeputada contribuirá para mobilizar o eleitorado e desmascarar o conservadorismo do candidato da direita, Marcelo Rebelo de Sousa, que “representa o PSD e os grandes grupos económicos, bem como o conservadorismo que se opôs a conquistas essenciais de direitos humanos como a despenalização da interrupção voluntária da gravidez”.
O documento aponta como temas essenciais no debate das eleições presidenciais: “as questões da soberania face aos tratados e acordos comerciais internacionais não referendados e aos poderes sem legitimidade que atentam contra a democracia e a decisão nacional; o combate ao conservadorismo e a defesa dos direitos humanos, da igualdade e da liberdade; a mobilização popular para a participação política e decisões democráticas”.
Marisa Matias é eurodeputada desde 2009
Marisa Matias tem 39 anos, é socióloga, doutorada na área do ambiente e da saúde pública e investigadora do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. É da mesa nacional e da comissão política do Bloco de Esquerda.
Eurodeputada desde 2009, quando foi eleita pela primeira vez, Marisa Matias foi reeleita em 2014.
Marisa Matias é eurodeputada desde 2009 e vice-presidente do Partido da Esquerda Europeia
No Parlamento Europeu (PE), Marisa preside à delegação para as relações com os países do Maxereque, que inclui o Líbano, a Jordânia, a Síria e o Egito, e que é responsável pela manutenção e desenvolvimento das relações entre o PE e aqueles países, nomeadamente no que se refere à aplicação da chamada política de vizinhança.
Atualmente, a eurodeputada é também uma das vice-presidentes da comissão especial que investiga as “práticas fiscais agressivas” nos Estados-membros, é coordenadora da comissão de assuntos económicos e monetários e integra ainda as comissões de indústria, investigação e energia.
Marisa Matias é ainda vice-presidente do Partido da Esquerda Europeia.
Aceda aqui aos documentos necessários para apoiar a candidatura de Marisa Matias.
Comentários
Opinião
Sou uma apoiante incondicional do BE. Mas a notícia de um candidato/a à Presidência da República deixa-me completamente dividida entre Marisa e Nóvoa. Podemos evocar a aproximação de Nóvoa ao PS, mas no contexto político português já seria uma candidatura arrojada. Na minha opinião, não desmerecendo o trabalho de Marisa que tem imagem no exterior, o candidato por excelência do BE seria Francisco Louça.
Penso que o BE já cometeu muitos erros, nomeadamente o de não estar presente na reunião com a Troika, em 2011. Mas será que não estamos a dividir a esquerda?
Não é divisão, é acrescento
A ideia de que a candidatura de Marisa Matias (tal como a do PCP e eventualmente outras) irá dividir a Esquerda não é correcta, uma vez que as presidenciais não se regem pelo método de Hondt: é eleito quem tiver MAIS DE 50% dos votos, pelo que não haverá divisão, mas sim um acrescento de votos na Esquerda. Havendo apenas um (aparentemente forte) candidato da Direita, e não havendo consenso generalizado em volta de Nóvoa, o aparecimento das candidaturas de Marisa e de Edgar pode ser mesmo uma forma de obrigar a uma 2ª volta, captando votos de quem não se revê nas candidaturas teoricamente mais fortes (Nóvoa, Mª de Belém) e que, de outro modo, poderiam ir para a abstenção. Por isso, a iniciativa do BE e de Marisa matias é, em minha opinião, muito positiva.
Apoiado
Ainda bem que se candidata, tem o meu voto garantido. Só é pena que o vendedor de livros que comentava na TV tenha feito tanta publicidade a ele próprio, é provável que ganhe na primeira volta, ele conseguiu iludir a portuguesada toda, com o seu malabarismo de fala-barato e bonito, para encantar os velhos do Restelo.
A circunstância de uma candidatura para dividir a esquerda.
Peço desculpa por discordar da sua tese de «somar novas forças às outras forças»! A sua candidatura vai sim, dividir ainda mais as outras forças! Com a vossa estratégia, Marcelo ganhará as eleições à primeira volta.
Dividir como?
Olhe que não, Basílio. Como digo noutro comentário acima, estas eleições não se regem pelo método de Hondt. Logo, tudo o que possa combater a abstenção é útil para que a Esquerda alcance mais votos do que a Direita e assim se consiga uma 2ª volta Sampaio-Nóvoa - onde, então sim, a concentração dos votos da Esquerda em S.N. é importante. Até lá, SE eventualmente MRS ganhasse seria porque a sua candidatura conseguiria mais votos do que TODAS as candidaturas da Esquerda. E, se tal acontecesse, seria indiferente haver um ou 20 candidatos do "nosso" lado, já que todos juntos não chegaríamos para bater o adversário...
Parecendo um candidato forte,
Parecendo um candidato forte, pelo sucesso, como comentador na TV frente a Judite de Sousa, estou convencida que a direita se irá arrepender da sua escolha. Não se pode falar de Marcelo Rebelo como um "animal político", falta-lhe garra e um verdadeiro espírito de luta que transparece, tranquilamente, na forte presença da Marisa Matias.
Gosto
Gosto muito desta candidatura que vem riscar o cinzentismo a que estamos habituados. Eu gostaria bastante que o Marcelo não ganhasse, pois há certas vitórias antecipadas que não me agradam nada. Marcelo representa a "velha senhora", é a escola dele, o Estado Novo é o seu princípio, estado esse que é necessário esquecer e arrumar de vez. Mas os portugueses são acomodados e gostam de quem os eduque e mande e Marcelo teve durante anos o papel de pedagogo aos domingos à noite.
A Marisa é, a meu ver, a
A Marisa é, a meu ver, a aposta mais séria e credível para o cargo. Não consigo entender os resultados eleitorais portugueses (de há vários anos para cá, para ser honesto). No entanto, alguém que pautou os seus discursos e assumiu publicamnete posições (em Portugal como no estrangeiro) com a consistência e coerência que a Marisa tem demonstrado, merece definitivamente o meu voto. Especialmente numa altura tão crítica da história de Portugal.
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