Francisco Louçã

Francisco Louçã

Professor universitário. Ativista do Bloco de Esquerda.

Vivemos uma crise de regime em que a hegemonia só é conseguida pela brutalização das relações sociais, com a criação de insegurança para a maioria das pessoas.

A bufonaria tem um programa social: recusa da transição energética, choque de gerações, discriminação de mulheres ou de imigrantes e a bagatela da violência, são essas as suas normas.

Este é um esplêndido negócio, protegido por silêncio e cumplicidades, visível nos países europeus da NATO, que em 10 anos aumentaram as despesas militares de €145 mil milhões para €215 mil milhões.

O Estado paga as pensões por ser obrigado a retribuir o tempo e valor dos descontos feitos durante a vida de trabalho. Está simplesmente a pagar o que deve.

A maioria PS decidiu estender o prazo de inscrição no regime fiscal dos residentes não habituais pelo ano de 2024, para pessoas que serão beneficiadas até 2034.

Os dois principais partidos orgânicos, PS e PSD, entenderam sempre que tinham o direito a governar por imposição paraconstitucional e que os que neles faziam carreira mereciam gratidão pública.

O primeiro-ministro israelita convoca a autoridade religiosa para justificar a morte ou expulsão do povo palestiniano, o que a selvajaria não alcançou nem em Guernica, nem em Mariupol, nem em Alepo.

Não há notícia mais chocante do que uma investigação sobre corrupção de membros do Governo que nos deviam dela proteger, exceto a de uma condenação.

Netanyahu sente-se hoje o deus da guerra, dispensando qualquer tentativa de embelezar a sua vingança mortal com um discurso de comiseração pelas vítimas.

Biden tornou-se o arauto da recomposição imperial dos EUA graças às oportunidades que lhe foram concedidas. A besta faz fortes as fracas gentes, até um dia.