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“Podem recauchutar o governo, mas mais cedo que tarde vai cair”

Arménio Carlos diz, diante de milhares de pessoas em Belém, que o esvaziamento da base social do governo só aconteceu porque a esmagadora maioria do povo está contra ele e quer eleições antecipadas. Catarina Martins afirma que um governo de remendos, feito da dança de cadeiras, será sempre uma má solução.
O recado foi claro. Foto de Paulete Matos

Milhares de pessoas enfrentaram o calor e concentraram-se em Belém para reivindicar eleições antecipadas como saída para a crise que abalou o governo Passos-Portas. A CGTP foi obrigada a cancelar o desfile que antes estava previsto arrancar da Cordoaria Nacional devido ao sol tórrido, mas, mesmo assim, muitas pessoas responderam ao apelo da central e de movimentos sociais como o Que se Lixe a Troika ou os Precários Inflexíveis.

No seu discurso, Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP, afirmou que “quando a esmagadora maioria do povo reclama eleições, o PSD e o CDS fogem delas como o diabo da cruz porque sabem perfeitamente que se formos a eleições é por demais evidente que eles vão perder uma parte dos votos, vão sair do governo, vão passar muitos anos na oposição àqueles que tiverem a oportunidade de fazer uma política de esquerda.”

Governo de remendos

Presente na manifestação, Catarina Martins referiu-se à anunciada solução do governo a que Passos e Portas terão chegado, dizendo que “um governo de remendos, feito de dança de cadeiras entre pessoas que não estão à altura da crise, será sempre instável e uma má solução para o país”.

Questionada sobre se tem esperanças de que o Presidente Cavaco Silva convoque eleições antecipadas, a coordenadora do Bloco de Esquerda disse que Cavaco Silva não tem estado do lado da solução da crise, tem estado do lado “de manter o desastre, de manter o país sem soberania. E portanto, muito nos divide do Presidente da República”, observou, confirmando que naturalmente o Bloco se reunirá com Cavaco Silva na segunda-feira, “para lhe dizer a nossa convicção de que quando a crise é grande, é a democracia, é a soberania do povo que deve ser chamada a decidir”.

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