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Zero denuncia atrasos no Plano de Conservação do Lince-Ibérico

A associação Zero considera que, no Plano de Ação para a Conservação do Lince-Ibérico em Portugal (PACLIP), há atrasos preocupantes nas metas definidas até ao final de 2016. Aplicação de recursos financeiros é insuficiente para a conservação e reintrodução desta espécie, em vias de extinção.
Lince-ibérico. Foto de Emiliano García-Page.
Lince-ibérico. Foto de Emiliano García-Page.

Em comunicado enviado às redações, a Zero (Associação Sistema Terrestre Sustentável) defende que é necessário um novo impulso às atividades de reprodução e conservação do lince-ibérico em cativeiro e executar-se o plano de reintrodução na natureza.

Segundo a Zero, o relatório de progresso do PACLIP, referente aos anos de 2015 e 2016, revela um fraco nível de implementação do plano.

No comunicado, pode ler-se que: “Se o nascimento de 24 animais no Centro Nacional de Reprodução de lince-ibérico, nos anos de 2015 e 2016, pode ser considerado um sucesso, não deixa de ser preocupante constatar que a execução de novas infraestruturas com melhores condições para a reprodução da espécie em cativeiro, cuja conclusão estava prevista para final de 2016, ainda não passou da fase de projeto, bem como a existência de constrangimentos financeiros ao funcionamento do programa em curso”.

Ao nível das atividades de reintrodução da espécie, o ponto de situação é também considerado "preocupante" já que apenas 28% das metas tinham sido executadas até final de 2016.

A associação aponta ainda, como aspeto negativo, a existência de atrasos nos estudos relativos à identificação e cartografia de novas áreas que possam vir a suportar novas populações. Para a Zero, este mapeamento é essencial para a promoção da qualidade e dimensão dos habitats adequados para o lince-ibérico. A ausência de dados concretos, no que se refere ao número e dimensões das intervenções de recuperação e melhoria das áreas já cartografadas em Moura/Barrancos e junto ao Guadiana, preocupa também a associação.

Para os ambientalistas, há ainda um longo caminho a percorrer devido aos atrasos na concretização das ações previstas, no que respeita à minimização das ameaças como prevenção e mitigação do risco de envenenamento, de atropelamento, dos riscos sanitários e de eventuais conflitos que colocam em causa a vida do lince-ibérico.

“De salientar que foram já registados nove casos de envenenamento na área onde a espécie foi reintroduzida e, pese embora tenham sido já efetuadas duas ações de fiscalização em Mértola com cães especializados na deteção de venenos, não se compreende o atual estado de paralisia que se regista na reformulação do programa Antídoto”, refere a ZERO, em comunicado.

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