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Vítimas de violência doméstica devem orgulhar-se de nódoas negras, diz jornal russo

Artigo assinala que mulheres vítimas de violência doméstica têm uma vantagem: têm mais probabilidades de dar à luz rapazes. Parlamento português aprovou por unanimidade voto bloquista de condenação pelas alterações legais em matéria de violência doméstica na Rússia.

"Durante anos, as mulheres a quem os maridos batiam consolavam-se com um provérbio bastante hipócrita: se ele te bate, é porque gosta de ti. Porém, um novo estudo está a dar às mulheres com maridos irascíveis novos motivos para terem orgulho nas suas nódoas negras. Os biólogos confirmam que as nódoas têm uma vantagem no que respeita às mulheres: tornam mais provável que elas tenham rapazes!", escreve o colunista Yaroslav Korobatov no Komsomolskaya Pravda, um dos jornais mais populares da Rússia.

Korobatov baseia-se no estudo de Satoshi Kanazawa, publicado em 2005, segundo o qual homens agressivos têm mais probabilidade de gerar filhos do sexo masculino.

Parlamento aprova voto de condenação contra “Lei da Bofetada”

O parlamento português aprovou esta sexta-feira por unanimidade o voto do Bloco de Esquerda de condenação pelas recentes alterações legais em matéria de violência doméstica na Rússia, a chamada ‘lei da bofetada', que, na prática, desprotege as vítimas e converte um crime numa ofensa administrativa.

“De acordo com a nova legislação, a violência doméstica mais do que uma ofensa criminal, converte-se agora numa mera ofensa administrativa”, escrevem os bloquistas, lembrando que “ficam isentas de responsabilidade criminal as agressões físicas praticadas sobre familiares de que não resultem 'lesões corporais graves' e desde que não ocorram mais do que uma vez por ano”.

Mediante as alterações legislativas, “o agressor apenas incorre em responsabilidade criminal em circunstâncias extremas, isto é, quando da agressão resultar algum risco para a saúde da vítima”.

Segundo o Bloco de Esquerda, “tais alterações são tanto mais graves, quanto melhor se atentar aos números oficiais sobre a violência doméstica na Rússia”.

Conforme dados oficiais do Ministério do Interior russo, 74% das vítimas de violência doméstica são mulheres, sendo de 91% a percentagem de agressões perpetradas por cônjuges ou companheiros. De acordo com a mesma fonte, em 2008 foram registadas 26 mil agressões sobre crianças e 14 mil mulheres morreram na sequência de agressões dos seus companheiros.

“Num país onde são agredidas anualmente 36 mil mulheres e morre uma mulher a cada 40 minutos, o retrocesso na proteção das vítimas de violência doméstica e no respeito pelas mulheres chocam ainda mais”, destaca o voto bloquista, que apela “ao respeito pelos direitos fundamentais das mulheres daquele país”.

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