Está aqui

"A única coisa que muda é que o Governo perde o seu bode expiatório de estimação"

Segundo afirmou o coordenador do Bloco, João Semedo, durante uma ação de campanha na Amadora, a saída da troika do país, assinalada este sábado, é uma "história da carochinha", já que "a única coisa que muda é que o Governo perde o seu bode expiatório de estimação" e "já não pode evocar a presença da troika para justificar a sua política".
Foto de Paulete Matos.

Reagindo à conferência de imprensa promovida após o Conselho de Ministros extraordinário que teve lugar na manhã deste sábado, o dirigente bloquista referiu que "hoje ficou claro que, com a troika, ou sem troika, a política do Governo vai ser exatamente a mesma e é aquela que a troika impôs ao país, deseja para o país, tal como Pedro Passos Coelho e Paulo Portas desejam".

"O Governo anuncia que, com a saída da troika, tudo vai ser diferente. Isso é uma história da carochinha", vincou.

Segundo João Semedo, "a única coisa que muda é que o Governo perde o seu bode expiatório de estimação" e "já não pode evocar a presença da troika para justificar a sua política".

"Se há alguma dúvida houvesse, elas hoje teriam ficado dissipadas. Como nós temos dito, durante ou depois da troika, a política do Governo vai ser exatamente a mesma e a o país não vai mudar enquanto este Governo continuar a governar", reforçou.

Relativamente ao comunicado enviado para a imprensa pelo vice-presidente da Comissão Europeia (CE), no qual Siim Kallas avisa que a CE não será “complacente" com Portugal e frisa que "é essencial que, nos próximos meses e anos, se mantenha um compromisso sério com políticas de rigor orçamental e com reformas necessárias ao crescimento", João Semedo defendeu que o organismo "foi de uma grande brutalidade".

"Isso foi assim durante três anos. A troika dizia esfola, o Governo dizia mata. Troika e Governo, no que diz respeito ao entendimento sobre a política, não têm qualquer divergência", avançou o coordenador nacional do Bloco.

Para João Semedo, "é natural que hoje, a Comissão Europeia continue a exigir do Governo essa sua atitude de bom aluno e de cumpridor das ordens dos credores". "A política do Governo é empobrecer o país e os portugueses, em benefício de uma minoria de portugueses e em benefício da banca e dos grandes grupos económicos e financeiros", acrescentou.

Segundo o dirigente bloquista, "quando as coisas correm mal, o que o Governo diz é mais propaganda, mais demagogia".

"Todos nós sabemos que o Governo não quer aumentar o salário mínimo nacional", afirmou João Semedo, referindo-se a uma notícia do Expresso sobre a intenção do executivo de levar esta proposta à reunião da concertação social depois das europeias.

Termos relacionados Política
(...)