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Um mês e meio após o início do ano letivo, mais de 35 mil alunos continuam sem aulas

“Há alunos em época de testes e há alunos de 128 professores que ainda não tiveram qualquer aula”, avançou esta quarta-feira o secretário-geral da Federação Nacional de Professores (Fenprof), Mário Nogueira. Segundo o dirigente sindical, esta situação resulta da “incompetência técnica e da incapacidade de um ministro” que deixou arrastar a situação.
Foto de Paulete Matos.

“Continuamos a ter mais de 35 mil alunos que não têm as aulas todas ou, no caso dos alunos do 1.º ciclo e do pré-escolar, ainda não têm professor”, referiu Mário Nogueira, defendendo que o anúncio pelo Ministério da Educação e Ciência (MEC) de que falta colocar 9% dos docentes em horário completo “já vem tarde” e causou “enormes prejuízos” aos alunos.

“Seriam números positivos se fossem há dois meses. É tremendo o problema que foi criado e com prejuízos para os alunos que vão ter menos aulas. Seja qual for a estratégia [do Governo], nunca irá compensar o que foi perdido”, acrescentou o representante da Fenprof em declarações à agência Lusa.

“Há alunos em época testes e há alunos de 128 professores que ainda não tiveram qualquer aula. (…) Estamos quase em novembro e ainda estamos a falar em professores que faltam”, afirmou o dirigente sindical, sublinhando que esta situação resulta da “incompetência técnica e da incapacidade de um ministro que deixou arrastar isto até este momento”.

A Fenprof defende que, pelo menos este ano, não devem existir exames do 4.º ano face ao caos na colocação de docentes causado pelo executivo.

300 recursos ainda aguardam parecer

A par dos problemas na Bolsa de Contratação de Escola (BCE), os sete sindicatos que reuniram esta terça-feira com a responsável da Direcção-Geral da Administração Escolar (DGAE) lembraram que os mais de 300 recursos apresentados por professores que não viram, por exemplo, o contrato renovado, no âmbito da contratação inicial, ou por docentes com horário-zero que foram abrangidos pela mobilidade interna ainda aguardam um parecer.

No que respeita aos horário-zero, Mário Nogueira lembrou que ainda existem “234 professores na plataforma com horários-zero, sendo que, dos que foram colocados, 410 foram-no em horários temporários, ou seja, a qualquer momento podem voltar à plataforma e ser alvo da mobilidade especial, a antecâmara do desemprego”.

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