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Uber processa Seatle para impedir sindicalização de motoristas

A empresa pretende travar a aplicação de uma lei que permite que os seus motoristas negoceiem melhores condições de trabalho e formem sindicatos. Segundo a Uber, as regras criadas “ignoram as realidades práticas da indústria de transporte para aluguer”.

Em dezembro de 2015, o conselho da cidade de Seatle, no Estado de Washington, aprovou uma proposta de lei que permite que motoristas de serviços como a Uber e a Lyft se sindicalizem.

Segundo o The Verge, ambas as empresas optaram então por apoiar uma ação contra a medida, da autoria da Câmara do Comércio dos Estados Unidos. Contudo, em agosto de 2016, um juiz dispensou a ação, afirmando que a mesma era prematura, já que Seatle ainda nem tinha implementado as alterações aprovadas no ano anterior.

Em dezembro de 2016, o departamento de Finanças e Serviços Administrativos de Seatle veio publicar as regras para a sindicalização dos motoristas, dando indicações sobre a forma como os mesmos devem proceder para negociarem melhores condições de trabalho e quais os procedimentos necessários para a criação de entidades representativas.

A Uber decidiu então processar a autarquia, sendo que a primeira audiência, que chegou a estar agendada para 10 de fevereiro, terá lugar a 17 de março. Para a empresa, as regras são “arbitrárias e caprichosas” e “inconsistentes com os princípios fundamentais do direito do trabalho”, bem como “ignoram as realidades práticas da indústria de transporte para aluguer”.

Curiosamente, a Uber, que tem vindo a ser alvo de inúmeros processos judiciais por parte de estruturas representativas de taxistas, departamentos de transportes, e dos seus próprios trabalhadores, nomeou recentemente 2017 "o ano do motorista", e garantiu que ia dedicar energia e recursos para melhorar o seu relacionamento com as centenas de milhares de motoristas da plataforma.

No ano passado, o The Verge descobriu que a Uber recorreu a uma empresa ligada à CIA para investigar a política sindical em Seattle. A Uber confirmou o projeto, alegando que se tratava de uma pesquisa sobre o cenário político da cidade, e que a mesma não era dirigida a nenhum indivíduo ou motorista.

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