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Turquia prende autarcas da maior cidade de maioria curda

Os co-presidentes da Câmara de Diyarbakir, no sudeste da Turquia, foram detidos esta terça-feira. Nas últimas semanas, o regime de Ancara já afastou 28 presidentes eleitos em cidades de maioria curda.
Gultan Kisanak e Firat Anli
Gultan Kisanak e Firat Anli foram detidos pela polícia turca. Foto HDP

Gultan Kisanak, a primeira mulher eleita presidente da câmara de Diyarbakir, e o seu co-presidente, Firat Anli, foram detidos pela polícia turca, no âmbito da operação promovida pelo regime do presidente Erdogan contra a oposição pró-curda.

Os dois autarcas do Partido Democrático das Regiões - que concorre a eleições a nível local e integra o Partido Democrático do Povo (HDP), terceira força política turca – são o alvo mais recente da operação policial que, a coberto da luta contra o terrorismo, já substituiu cerca de três dezenas de autarcas eleitos por grande maioria nos municípios de maioria curda por elementos ligados ao partido do presidente, o AKP.

Em comunicado, o HDP considera estas duas detenções como sendo “arbitrárias e fora da lei”. Para este partido, o regime de Erdogan “continua a atacar a vontade do povo com um sentimento de vingança”, tentando “dissolver a política democrática e a oposição democrática”, desta vez numa cidade com quase um milhão de habitantes.

O HDP responsabiliza o AKP e o presidente Erdogan “por este erro histórico e o clima de caos que criou”, apelando à libertação imediata dos dois autarcas. E apelam aos partidos, parlamentos e ONGs de outros países para que “não fiquem calados e reajam contra esta ilegalidade”.

A primeira reação surgiu de Bruxelas pela voz de Federica Mogherini, a Alta Representante para a Política Externa e Segurança, e do comissário para o alargamento da UE, Johannes Hahn.  Numa declaração conjunta, apelam ao respeito pelas liberdades fundamentais e a uma solução política para a violência dos últimos quinze meses, que se seguiu ao rompimento do acordo de paz com os independentistas curdos do PKK.

 

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