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Turquia: Afastamento de autarcas pró-curdos é “usurpação da vontade popular”

O governo de Erdogan anunciou ter “tomado o poder” em 28 autarquias, nomeando novos presidentes, sobretudo em cidades com maioria curda. O partido HDP denuncia a “usurpação da vontade popular".
Foto HDP/Twitter

Em comunicado, o partido de esquerda  maioritário no sudeste da Turquia, região de maioria curda, denuncia a decisão do governo em substituir os autarcas eleitos em 24 localidades da região, alegando proximidade com a guerrilha do PKK. Outros quatro autarcas foram substituídos, mas por alegadas ligações à rede Gulen, acusada de estar na origem do falhado golpe de estado de 15 de julho.

“Não há diferença entre a mentalidade dos bombardeios ao parlamento que expressa a vontade popular e a mentalidade que ataca os municípios, dizendo ter tomado o poder numa usurpação da vontade das populações locais”, afirma o Partido Democrático do Povo (HDP), acusando o partido do presidente Erdogan de estar a violar a Constituição e diversas convenções europeias e internacionais que a Turquia subscreveu.

Lembrando que em muitos destes municípios, os autarcas agora substituídos foram eleitos com participação eleitoral entre os 65% e os 95%, o HDP afirma que “o povo vai resgatar os seus presidentes e vereadores, não vai submeter-se a esta mentalidade que ignora os seus votos e usurpa a sua vontade”. Por outro lado, a decisão do governo “só irá intensificar a discórdia e deixar o problema curdo ainda mais longe de ser solucionado”, alerta.

O partido que retirou a maioria absoluta ao AKP de Erdogan nas últimas eleições termina desafiando o governo a “deixar de se aproveitar da tentativa de golpe de 15 de julho”.

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