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Trabalhadores da saúde em greve nacional

A greve dos trabalhadores da saúde pelas 35 horas, criação de carreiras e reposição do valor das horas extraordinárias arrancou com forte adesão.
Foto Paulete Matos.

Anunciando uma “participação massiva” nas primeiras horas da greve dos trabalhadores da saúde - a paralisação não envolve médicos nem enfermeiros - Luís Pesca, da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais, afirmou que ela “demonstra que estes trabalhadores da Saúde não estão com o ministro, mas sim com os utentes: independentemente dos altos níveis de adesão, estamos a assegurar os serviços mínimos que tanta falta fazem neste momento de crise por causa da gripe”.

Em declarações à imprensa à meia noite desta sexta-feira junto à entrada do hospital de São José, em Lisboa, o sindicalista apontou uma adesão total nos hospitais de Gaia, Matosinhos, Barcelos, Guimarães, Porto (São João e Santo António) e Chaves. Na região Centro, também apenas com os serviços mínimos a funcionar, estão o Centro Hospitalar de Coimbra, Baixo Vouga Leiria, Oeste, Tondela/Viseu, Douro e Vouga ou Figueira da Foz. Na Grande Lisboa, encontram-se apenas em serviços mínimos a Maternidade Alfredo da Costa e os hospitais Amadora/Sintra, Beatriz Ângelo, Estefânia e São José, acrescentou.

“Fizemos o pré-aviso de greve em dezembro e até dia  não houve qualquer resposta por parte do ministro” sobre as principais reivindicações, que incluem a celebração de um acordo coletivo de trabalho dos hospitais EPE e a criação da carreira de técnico auxiliar de Saúde, para além da aplicação das 35 horas e a reposição do valor cortado nas horas trabalhadas para além do horário normal.

“Estes trabalhadores estão aqui para lutar pelo SNS, porque não podemos continuar a dar cerca de 850 milhões para as PPP. Temos de fazer um investimento forte no SNS, com melhores condições de trabalho e perspetivas de carreira a estes trabalhadores”, prosseguiu Luís Pesca, para afastar a atual situação em que “há trabalhadores a fazer trabalho escravo que não está a ser pago, a quem devem 60, 70 dias de férias para compensar o tempo prestado a mais”.

Bloco solidário com a paralisação dos trabalhadores da saúde

O Bloco de Esquerda esteve representado no piquete de greve pelos deputados Pedro Filipe Soares, Isabel Pires e Moisés Ferreira.

Em declarações aos jornalistas, Moisés Ferreira solidarizou-se com o protesto e defendeu a contratação de mais profissionais e a reposição do valor cortado no pagamento das horas extraordinárias.

“O Estado gasta 90 milhões de euros por ano com empresas de trabalho temporário só no setor da Saúde. Se esses 90 milhões forem investidos a contratar pessoas e a repor as condições de trabalho, não se gastaria mais do que já se gasta hoje, mas consegue-se uma coisa melhor, que é um melhor SNS”, sublinhou.

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