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Trabalhadores contra despedimentos na EMEF

Os trabalhadores da EMEF protestaram esta quinta-feira contra o despedimento de 10 trabalhadores precários das oficinas de Santa Apolónia.
Concentração dos trabalhadores da EMEF em frente ao edifício da Presidência do Conselho de Ministros. Foto esquerda.net

Até agora, os sindicatos e as organizações dos trabalhadores não tiveram resposta ao pedido de reintegração de 10 trabalhadores da EMEF que foram despedidos após terminarem o contrato de um ano. Nem o Ministério do Planeamento e Infraestruturas, nem a nova administração da CP (Comboios de Portugal) responderam às denúncias feitas pelos trabalhadores. O protesto em frente do Conselho de Ministros exigiu que Governo trave o despedimento de trabalhadores que “fazem falta à empresa”.

Abílio Carvalho, do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário, afirmou que “estes trabalhadores já estavam há algum tempo com vínculo precário na EMEF. É muito grave que o Governo, pela voz do secretário de Estado do Planeamento e Infraestruturas, tenha autorizado a contratação de 50 trabalhadores para a empresa e depois sermos confrontados com despedimentos”.

Acrescentou ainda que “estamos a falar de trabalhadores que necessitam de algum tempo de experiência, de conhecimento, e que se qualificaram. Agora mandaram-se embora trabalhadores que fazem falta”. Abílio Carvalho frisou ainda que “mal os trabalhadores saíram, notou-se logo a incapacidade da empresa em dar resposta a avarias de material” na CP.

O deputado Heitor de Sousa marcou presença no local, acompanhado pela deputada Isabel Pires, em representação do Bloco de Esquerda. Em declarações ao esquerda.net, Heitor de Sousa denunciou a nova administração da EMEF por estar a “cometer irregularidades, pois estes trabalhadores inscreveram-se no programa de integração dos precários da função pública”, ficando agora impedidos de ser integrados pelo programa ao serem despedidos.

“A nova administração da EMEF começa mal, porque está a usar um truque para desencorajar a capacidade de luta dos trabalhadores pela sua plena integração como trabalhadores com efetividade”, acrescentou o deputado bloquista.

Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP, também esteve presente no protesto e reforçou o argumento de que o Governo “está a permitir” o afastamento destes trabalhadores, que faziam trabalho igual aos trabalhadores do quadro.

"Este é um exemplo concreto: dez trabalhadores da EMEF, que tinham vínculo precário, estão a ocupar um posto de trabalho permanente e apresentaram o requerimento para o quadro permanente, mas como resposta tiveram o despedimento", disse.

O líder da CGTP disse ainda que “não estamos a falar só de uma situação imoral. Estamos a falar também de uma situação de retaliação que deixa mal uma empresa pública como a EMEF e uma empresa pública deve dar o exemplo". Arménio Carlos alertou que há "um ambiente propício para solucionar a precariedade no país, um flagelo que atinge também um milhão de pessoas do setor privado", pedindo ao Governo para passar "das palavras aos atos".

No final do protesto, os sindicalistas voltaram a entregar o manifesto onde se pede que os trabalhadores precários sejam “imediatamente integrados na EMEF”. Para além dessa reivindicação, pedem ainda que sejam revistos os salários, que não sofrem alterações desde 2009. Querem também a revisão do acordo de empresa, de modo a “dar resposta a novas realidades, como do subsídio de turno e abrir perspectivas de evolução dos trabalhadores ao longo da sua vida profissional”.

Trabalhadores da EMEF contra despedimentos de precários | ESQUERDA.NET

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