Está aqui
Soares dos Santos quer transferir sede do grupo Pingo Doce para a Suíça
“A Jerónimo Martins, dentro de um ou dois anos, deve estar em Genebra. É lá que estão os mercados e a banca cá não dá a resposta” necessária, afirmou Alexandre Soares dos Santos nesta quarta-feira à noite em Coimbra quando falava no ciclo de conferências "Há Luz ao Fundo do Túnel?"
Soares dos Santos disse também que “os empresários devem exigir que o Estado devolva aquilo que cobra [em impostos] e que não está a utilizar”, considerando que o Estado “não assume as suas responsabilidade sociais”.
O segundo homem mais rico de Portugal quer ainda pagar menos impostos e receber mais benefícios do Estado. Recordemos que em 2012, a Sociedade Francisco Manuel dos Santos SGPS da família Soares dos Santos foi a empresa privada que recebeu mais benefícios em 2012 (80 milhões de euros) (ver notícia no esquerda.net).
“A iniciativa privada não pode estar calada e tem de defender os seus méritos”, disse ainda Alexandre Soares dos Santos que afirmou ainda que “quem deu cabo do país foram as empresas públicas e o Estado”, considerando como exemplo as “swaps mal feitas” e os Estaleiros de Viana do Castelo “que tinham cinco membros no conselho de administração e nenhum engenheiro”.
Lembremos que Alexandre Soares dos Santos, a sua família e as empresas que controlam também se têm destacado pelos esquemas que utilizam para fugir ao pagamento de impostos. No último dia de 2011, passaram o controlo das ações que a família detém na Jerónimo Martins para uma sociedade com sede na Holanda, para pagar menos impostos.
Comentários
como combater isto?
intuitivamente, existem maneiras de quantificar a dimensão da actividade da empresa num dado país:
- nº de trabalhadores
- massa salarial
- registo de transacções
- etc
usando essa informação, poder-se-ia obrigar empresas com grande operação em portugal a pagar parte dos impostos cá, independentemente da "sede" ser noutro sítio qualquer.
para tornar a aplicação de regras deste tipo mais aceitável internacionalmente, pode ser tornada recíproca: obrigar também empresas portuguesas com volume de negócios elevado noutros países a pagar nesses países a fatia correspondente dos impostos em vez de o fazerem em portugal.
O segredo está em arranjar regras que sejam eficazes e aplicáveis na prática sem comprometer a actividade das empresas.
Adicionar novo comentário