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São necessárias “medidas públicas para combater as desigualdades e a pobreza”
A coordenadora do Bloco de Esquerda visitou nesta quinta-feira, 15 de junho, o Bairro do Forte da Bela Vista em Setúbal, acompanhada pela deputada Sandra Cunha.
“As questões do combate à precariedade e da valorização salarial são essenciais”
“Em Portugal, a desigualdade é de tal forma grande que uma em cada quatro crianças vive em situação de privação material, em situação de pobreza. A média é uma em cada cinco. Portugal tem mais pobreza infantil que os países com que se compara”, destacou Catarina Martins, a propósito do relatório da Unicef (agência das Nações Unidas para a infância) divulgado nesta quinta-feira. O relatório tem o título “Construir o Futuro: As crianças e os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável nos países ricos” e o resumo dos dados sobre Portugal pode ser acedido aqui.
A coordenadora bloquista sublinhou “uma boa notícia sobre Portugal” divulgada pelo relatório: “a consagração de algo que o Bloco de Esquerda tem vindo a dizer, o Serviço Nacional de Saúde é uma pedra básica da nossa democracia”. A deputada lamentou que Portugal fique na “parte de baixo da tabela” no que se refere às crianças, “porque não conseguimos algo tão básico como erradicar a fome”.
“Num momento em que se fala das boas notícias para o nosso país, do crescimento económico, precisamos de compreender que ou temos medidas públicas para combater as desigualdades e a pobreza ou estaremos sempre a abandonar os mesmos”, afirmou a coordenadora do Bloco, salientando que "os dados sobre a pobreza infantil, os dados sobre a nossa incapacidade de acabar com a fome nas crianças são extraordinariamente importantes".
"Se as crianças são pobres é porque as famílias são pobres e, portanto, as questões do combate à precariedade e da valorização salarial são essenciais, porque vivemos num país com 2,6 milhões de pobres. É um país onde muita gente trabalha e, mesmo assim, não consegue sair da pobreza", acrescentou Catarina Martins.
Estado senhorio “tem-se esquecido” de obrigação básica do direito à habitação
Sobre o bairro do Forte da Bela Vista, a deputada criticou: “há uma coisa em comum, é que as casas das pessoas, por dentro, não têm obras há anos”.
“Ou seja as pessoas pagam a sua renda, mas não têm depois condições de habitabilidade. Têm infiltrações, imensos problemas e esta é uma situação que se repete em todo o país”, denunciou Catarina Martins, sublinhando que as pessoas pagam a sua renda, nuns casos à Câmara, noutros ao IHRU (Instituto da Habitação e da Rebilitação Irbana).
“De facto, o Estado senhorio, seja autárquico seja o Estado central, tem-se esquecido dessa sua obrigação básica do direito à habitação digna”, criticou Catarina Martins, sublinhando que “o investimento na habitação é das coisas mais importantes num país que tem desigualdades tão grandes que acaba por abandonar parte das pessoas”.
Comentários
Corta-se nos pobres para manter a gordura dos
A crise obrigou à imposição de violentos sacrifícios às famílias e aos trabalhadores com despedimentos e rescisões, reduções drásticas nos contractos de trabalho, aumentos da carga fiscal, cortes nos vencimentos e nas reformas, etc., mas a organização da Igreja Católica nunca deixou de fazer a mesma vida de fidalguia monárquica contrariando o que permanentemente apela, a contenção no consumo e na exteriorização do fausto e do luxo que choca os que pouco ou nada têm para sobreviverem.
Será que Portugal e os portugueses têm de sustentar esta organização in saecula saeculorum?
Sugiro que se proponha ao Parlamento a revisão da Concordata para revogação da isenção de impostos de rendimentos e patrimoniais concedidas à Igreja Católica assim como a revogação das isenções de impostos a todas as igrejas e confissões religiosas e seja sugerido que sejam os crentes a sustentar as suas igrejas.
Que as verbas dos impostos que passem a ser cobrados às igrejas se destinem à radicalização da pobreza em Portugal!
Que seja proposto ao Parlamento a obrigatoriedade das igrejas e confissões religiosas passarem a ter contabilidade organizada e auditada.
Que se suspendam todas as transferências de propriedade de templos da Igreja Católica para o Estado e autarquias feitas a título de interesse cultural para o Estado e as autarquias os recuperarem e manterem e em muitos casos ainda pagar à Igreja Católica para os ocupar e gerir, isto é, pagar para fazerem o que sempre fizeram!
Que não se confunda a religião Católica com a organização que a domina, usa e nela se suporta e com ela exerce poder!
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