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Rui Machete no governo é de muito mau gosto

Bloco recorda que o novo Ministro dos Negócios Estrangeiros foi presidente do conselho superior do BPN/SLN e que a proximidade ao grupo não recomendaria a sua indigitação para o cargo, num momento em que as fraudes do BPN e SLN pesam tanto no bolso de cada contribuinte.
Semedo: "A proximidade de Rui Machete ao grupo SLN não aconselharia nem recomendaria a sua indigitação para um cargo de tanta responsabilidade". Foto de Paulete Matos.

O coordenador do Bloco de Esquerda João Semedo criticou veementemente a escolha de Rui Machete para conduzir a política externa do governo Passos-Portas remodelado. O deputado do Bloco afirmou que as responsabilidades que Machete assumiu como presidente do conselho superior do grupo BPN/SLN e "portanto a sua proximidade ao grupo, não aconselharia nem recomendaria a sua indigitação para um cargo de tanta responsabilidade".

“Julgo tratar-se de uma escolha de muito mau gosto", afirmou Semedo, "num momento em que as fraudes do BPN e SLN pesam tanto das contas públicas e no bolso de cada contribuinte”.

Para o coordenador do Bloco, a nomeação "significa que o primeiro-ministro e o Presidente da República olham de uma forma arrogante e ao mesmo tempo displicente para os sacrifícios que os portugueses fazem também por culpa do que se passou no BPN/SLN".

Depois do BPN, premiado com a CGD

Entre 2007 e 2009, Rui Machete esteve na presidência da Sociedade Lusa de Negócios, o grupo proprietário do BPN e que foi durante muito tempo o centro dos esquemas de corrupção e branqueamento de capitais que beneficiou ex-governantes do PSD.

Por isso, em 2011, quando Machete foi nomeado para a administração da Caixa Geral de Depósitos, o Bloco já tinha criticado “um prémio que [Rui Machete] não merece e que o governo lhe entrega”.

Rui Machete presidiu à Fundação Luso-americana para o Desenvolvimento (FLAD) durante 22 anos e, entre 2008 e 2010, presidiu à Mesa do Congresso Nacional do PSD.

Caras novas num governo velho

João Semedo disse ainda que esta terça-feira foi o dia em que a operação de salvação do governo terminou. “Algumas caras novas num governo velho, perdido desgastado e em declínio, não alteram o sentido da política que vai continuar a ser praticada, a mesma política de austeridade e recessão e que irá objetivamente provocar os mesmos resultados", observou.

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