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RTP: sindicato dos jornalistas e precários criticam contratações externas

O sindicato insta a administração da RTP a “adotar o mesmo critério de gestão para todos os trabalhadores”. Precários da RTP manifestam “estranheza e estupefação perante mais uma contradição” da administração.
Sindicato dos jornalistas e trabalhadores precários criticam contratações externas - Foto de Paulete Matos
Sindicato dos jornalistas e trabalhadores precários criticam contratações externas - Foto de Paulete Matos

Segundo a agência Lusa, os Precários da RTP, que se manifestaram na semana passada para exigir a sua integração nos quadros da empresa, de acordo com o PREVPAP, realçaram hoje a sua “estranheza e estupefação perante mais uma contradição manifestada pelo conselho de administração da empresa”.

“Poucos dias depois de nos ter dito, numa reunião por nós pedida, que a RTP tem grandes restrições para contratar e que a continuidade de dezenas ou centenas de recibos verdes é uma opção de gestão legítima, a administração decide contratar duas pessoas para a direção de informação da RTP”, criticam os precários. Salientando que nada têm contra os jornalistas contratados, os precários de RTP, Antena 1, Antena 3, entre outros meios, destacam a “contradição entre as palavras e os atos da administração e o profundo desrespeito por centenas de trabalhadores precários”.

Na passada sexta-feira, a Comissão de Trabalhadores da RTP já tinha denunciado a situação e considerado um “escândalo sem fim” as contratações “de luxo” de trabalhadores externos.

Crescente insatisfação e injustiça entre os trabalhadores”

Em comunicado, disponível no seu site, o Sindicato dos Jornalistas critica a decisão do conselho de administração de Gonçalo Reis de “recorrer a um pedido de exceção” para recorrer a duas contratações, sublinhando que não estão em causa as “escolhas” da direção de informação, “nem o desempenho profissional ou o mérito curricular das duas pessoas contratadas”.

O sindicato denuncia a falta de resposta da administração sobre descongelamentos ou progressões na carreira (“ em muitos casos, parada há 10, 15 ou 20 anos”) e a recusa a integrar trabalhadores precários (“ nomeadamente, a cumprir as decisões judiciais favoráveis aos trabalhadores que resultaram da inspeção da ACT”), lembrando o uso repetido pela administração do argumento da falta de margem financeira.

O sindicato também manifesta “perplexidade perante esta desigualdade de critérios na gestão do serviço público de rádio e televisão”, sublinha que se trata de defender direitos e justiça e exige explicações ao Governo e ao ministro da Cultura face à desigualdade de critérios aplicados nas contratações para o serviço público, sublinhando a “depauperização dos recursos humanos e técnicos”.

O SJ alerta para o “ambiente de crescente insatisfação e injustiça entre os trabalhadores, precários e do quadro”, insta a administração a adotar o mesmo critério de gestão “para os jornalistas mal enquadrados na carreira e com vínculos precários” e apela às direções de informação a que garantam “igualdade de tratamento e oportunidades” aos jornalistas sob sua tutela e usem os “bons ofícios” junto da administração para esta resolver as situações de injustiça.

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